Trump substitui chefe do Estado-Maior e promove mudanças no alto comando militar

O presidente Donald Trump anunciou, na última sexta-feira (21), a substituição do chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o oficial de mais alta patente das Forças Armadas americanas. O general Charles Brown, indicado pelo ex-presidente Joe Biden em 2023, será sucedido pelo tenente-general da Força Aérea Dan “Razin” Caine. A decisão foi divulgada por Trump em sua rede social, Truth Social.

Dan Caine assume comando do Estado-Maior Conjunto

Trump descreveu Caine como um piloto de excelência, especialista em segurança nacional, empresário de sucesso e um combatente de guerra. Ele destacou que o novo chefe do Estado-Maior tem experiência em operações especiais e na Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA). Segundo a biografia oficial da Força Aérea americana, Caine atuou como diretor associado para assuntos militares na CIA e teve um papel fundamental em diversas missões operacionais, incluindo combates a bordo de caças F-16.

O general Charles Brown, que entrou para a história como o segundo afro-americano a ocupar a posição de mais alto escalão no Pentágono, teve seu futuro questionado durante uma audiência no Comitê de Serviços Armados do Senado no mês passado. O indicado de Trump para o cargo de secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou durante a sessão que avaliaria todos os oficiais de alta patente com base em critérios como meritocracia, eficiência e comprometimento com ordens legais.

Trump agradeceu publicamente a Brown pelos seus “mais de 40 anos de serviço” e ressaltou a importância do trabalho desempenhado pelo general.

Papel do chefe do Estado-Maior Conjunto

Criado em 1949, o cargo de chefe do Estado-Maior Conjunto tem a função de aconselhar o presidente e o secretário de Defesa, filtrando as opiniões dos chefes de cada uma das forças militares para fornecer uma visão estratégica consolidada. No entanto, o posto não confere autoridade de comando direto sobre as tropas.

De acordo com um relatório do Atlantic Council, assinado pelo major-general aposentado Arnold Punaro, a função do chefe do Estado-Maior é garantir que as diretrizes da Casa Branca sejam transmitidas de maneira clara e eficaz para os diversos ramos das Forças Armadas.

Reforma no alto escalão militar

Além da substituição de Charles Brown, o governo Trump também anunciou mudanças em outros cargos de alto escalão militar. O secretário de Defesa indicado por Trump, Pete Hegseth, confirmou a saída de dois importantes oficiais:

• Lisa Franchetti, chefe de Operações Navais;
• Jim Slife, vice-chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

A decisão faz parte de uma ampla reestruturação no comando militar americano, um movimento que especialistas interpretam como uma tentativa de alinhar as Forças Armadas à nova administração.

Trump amplia ataques ao Brics e ameaça tarifas de 150%

Donald Trump, intensificou suas críticas ao Brics e ameaçou impor tarifas de até 150% sobre produtos importados de países que, segundo ele, tentam enfraquecer a hegemonia do dólar. As declarações ocorreram na última quinta-feira (20), durante um discurso na conferência de governadores do Partido Republicano.

Trump afirmou que o bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa um risco para a economia americana, especialmente devido às iniciativas para reduzir a dependência do dólar no comércio global. O republicano também criticou seu antecessor, Joe Biden, alegando que ele não tomou medidas para enfrentar essa ameaça.

Ameaças comerciais e protecionismo econômico

Durante seu discurso, Trump destacou sua postura protecionista ao declarar que sua administração não aceitará qualquer tentativa de minar a influência econômica dos Estados Unidos.

“Quando cheguei, a primeira coisa que disse foi: qualquer nação dos Brics que mencionar a destruição do dólar terá que pagar uma tarifa de 150%. E não queremos seus produtos”, afirmou o presidente.

O republicano enfatizou que considera as tarifas um mecanismo eficaz de negociação e defesa da economia americana. Ele chegou a dizer que “tarifa” é sua palavra favorita no dicionário, depois de “Deus”, “amor” e “religião”.