Hábitos simples podem atrasar em até 50% surgimento do Alzheimer, revela especialista
Neurologista Tiago Cerqueira alerta para importância da prevenção precoce e explica principal sintoma e fatores de risco da doença

A doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca problemas de memória, pensamento e comportamento. No Brasil, a estimativa é que 8,5% das pessoas acima dos 60 anos convivam com algum tipo de demência. Durante o programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM) – conduzida pelo médico Rodrigo Guedes e pelos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M! -, o médico neurologista Tiago Cerqueira abordou as causas da doença degenerativa e métodos que podem ser utilizados para evitar o desenvolvimento da demência.
Doença de Alzheimer
De acordo com o médico Tiago Cerqueira, a doença de Alzheimer se enquadra no grupo das demências e é uma condição neurológica degenerativa que provoca perda cognitiva, sendo a mais comum a perda de memória. Segundo o neurologista, também afeta outras funções cerebrais, provocando alterações comportamentais. Os sintomas surgem de forma progressiva e tendem a se agravar com o tempo.
“A doença de Alzheimer é a mais comum entre todas as demências”.
O especialista destaca ainda que essas doenças são mais recorrentes em pacientes com idades entre 60 e 70 anos, podendo se manifestar mesmo antes da perda de memória.
“A demência vascular ocupa o segundo lugar, sendo também muito frequente no Brasil, com cerca de 1,4 milhão até 2 milhões de casos”, explicou.
Conforme Cerqueira, para diagnosticar a doença, é necessário observar alterações comportamentais que impactem diretamente a vida da pessoa afetada. Portais médicos apontam que é difícil identificar o Alzheimer nos estágios iniciais, já que seus sintomas podem ser confundidos com mudanças comuns do envelhecimento. Entre os exames utilizados para diagnosticar a doença, estão a análise do histórico familiar, exame neurológico, avaliação neuropsicológica e testes cognitivos que ajudam a avaliar a memória e a capacidade de raciocínio.
Causas da doença
Tiago Cerqueira também apresentou dados da revista médica britânica The Lancet, que, em 2020, atualizou os fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Entre eles estão:
- Fatores genéticos (histórico familiar da doença);
- Traumatismo craniano;
- Depressão;
- Hipertensão;
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Tabagismo ativo ou passivo;
- Colesterol alto;
- Diabetes tipo 2 sem controle adequado;
- Baixo consumo de frutas e vegetais;
- Deficiência Cognitiva Leve (DCL);
- Fatores ambientais diversos;
- Perda de visão não tratada e perda auditiva na meia-idade;
- Poluição atmosférica.
Perda de memória pode demorar aparecer
De acordo com o neurologista, a perda de memória é o sintoma mais conhecido da doença, no entanto, pode demorar a surgir. “É curioso, porque a doença de Alzheimer tem, basicamente, três formas clínicas de apresentação. Uma delas, que é a menos comum, representa 11% dos casos e poupa a memória no início”, explicou.
Sem cura, como retardar Alzheimer?
É importante destacar que a doença de Alzheimer não tem cura, mas há formas de retardar o aparecimento dos sintomas. Para Tiago Cerqueira, exercitar a mente é essencial na prevenção. Manter hábitos como a leitura e realizar atividades que estimulem o raciocínio são estratégias importantes para treinar a memória e preservá-la.
Além disso, o médico reforça que outras formas de retardar o avanço da doença incluem a prática regular de atividades físicas, alimentação saudável, sono de qualidade e o abandono de hábitos prejudiciais, como fumar ou consumir álcool em excesso. Tratar adequadamente condições de saúde como hipertensão, diabetes e perda auditiva, bem como reduzir a exposição a poluentes ambientais, também é fundamental.
“Prevenção para demência, para a doença de Alzheimer, nunca é cedo demais e nunca é tarde demais. Esses hábitos precisam ser incentivados desde a infância. Temos que pensar nos nossos filhos, sobrinhos e netos. A prevenção começa agora”, declarou Cerqueira.
O médico ressaltou ainda que, se o paciente conseguir evitar ou reduzir os 14 fatores de risco mencionados acima, é possível retardar o desenvolvimento da doença, podendo até impedir o surgimento da doença em até 50%. “Nós vamos reduzir a progressão, certamente, e impedir o aparecimento posterior em 50%. Então, nós temos a saída”, declarou.
Héber Araújo
Bacharel em Jornalismo pela Unijorge e pós-graduado em Comunicação em Multimeios, sou repórter de política, apaixonado por cinema e entretenimento. Com 2 anos de experiência em assessoria, busco nova pós rumo ao mestrado.
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