Chikungunya: primeira vacina aprovada promete até 99% de proteção; descubra quem deve se imunizar
Imunizante de dose única representa avanço importante no combate à doença tropical no país
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro definitivo da primeira vacina contra chikungunya no Brasil, abrindo caminho para sua aplicação na população adulta. O imunizante, desenvolvido pela farmacêutica austríaca Valneva em parceria com o Instituto Butantan, é indicado para pessoas com mais de 18 anos e será fabricado na Alemanha.
Com a autorização, o Brasil passa a contar com uma ferramenta preventiva inédita contra a arbovirose, que, segundo a Anvisa, causou mais de 200 mil casos prováveis e mais de 200 mortes apenas no ano passado. A vacina é do tipo recombinante atenuada, ou seja, utiliza uma versão viva, porém enfraquecida, do vírus chikungunya, capaz de estimular o sistema imunológico sem causar a doença. As informações são da Agência Brasil.
Imunizante já tem aprovação internacional
Antes do aval da Anvisa, a vacina já havia recebido sinal verde de outras autoridades sanitárias, como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). A agência brasileira acompanhou de perto o processo de avaliação europeu, além de contar com pareceres independentes de especialistas em arboviroses e vacinas.
De acordo com a agência reguladora, ensaios clínicos realizados com adultos e adolescentes comprovaram a eficácia do imunizante, que induziu a produção de anticorpos neutralizantes em alta proporção entre os voluntários. Segundo Gustavo Mendes, diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, “a chikungunya é uma doença que atinge o país de maneira significativa”.
“No ano passado, foram registrados mais de 200 mil casos prováveis da doença e mais de 200 mortes. Então, ter uma vacina contra essa doença com participação do Butantan é algo bastante inovador”.
Instituto Butantan desenvolve versão nacional
Além de apoiar o pedido de registro da vacina da Valneva, o Instituto Butantan trabalha em uma segunda versão do imunizante, que já está em análise pela Anvisa. A composição é semelhante, mas o diferencial está no uso de insumos nacionais, o que deve facilitar a produção e distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um estudo clínico de fase 3 com adolescentes brasileiros mostrou que uma única dose do imunizante induziu anticorpos neutralizantes em 100% dos voluntários com infecção prévia e em 99,8% daqueles que nunca tiveram contato com o vírus. A eficácia se manteve elevada após seis meses, com 99,1% de proteção. Os efeitos adversos relatados incluíram dor de cabeça, dor no corpo, febre e fadiga, todos considerados leves ou moderados.
O que é chikungunya?
Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a chikungunya é uma doença viral aguda caracterizada por febre alta e dores intensas nas articulações. Segundo Esper Kallás, diretor do Butantan, o vírus pode ainda agravar condições preexistentes.
“A chikungunya é uma doença febril aguda que pode causar sintomas com envolvimento das articulações e agravamento de doenças preexistentes”, explicou Kallás.
Os principais sintomas incluem:
- Febre súbita acima de 38,5 °C
- Dores nas articulações de mãos e pés
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Manchas vermelhas na pele
“(No momento), o Brasil dispõe apenas do enfrentamento do vetor para combater a doença e alívio do sintoma dos pacientes. A vacina vai permitir a prevenção da doença por meio da imunização”, afirmou o diretor.
A vacina é contraindicada para gestantes, pessoas imunodeficientes ou imunossuprimidas, segundo o diretor.
Avanço promissor para saúde pública
Com a aprovação do imunizante, o Brasil dá um passo importante na prevenção da chikungunya, especialmente em áreas endêmicas. A expectativa agora é que, com a possível liberação da versão nacional, a vacinação possa ser incorporada ao calendário do SUS e beneficiar a população de forma ampla.
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