Padilha lança ofensiva contra negacionismo e promete levar Zé Gotinha a escolas, igrejas e estádios
Ele também reforçou a posição do governo brasileiro em defesa da Organização Mundial da Saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (4) que o combate ao negacionismo é uma das principais heranças deixadas pela pandemia da Covid-19 e um dos principais desafios da imunização no país.
A declaração foi feita durante a cerimônia de posse do presidente reeleito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira. Segundo o ministro, o Brasil deve responder com ciência, informação e articulação social.
“Precisamos enfrentar os movimentos negacionistas com articulação social, informação e produção científica. O Ministério da Saúde e a Fiocruz serão barreiras fundamentais contra o retrocesso. Essa é nossa missão histórica”, declarou Padilha.
Durante o evento, o ministro anunciou que a campanha nacional de vacinação contra a gripe será lançada no Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril, e defendeu o engajamento das instituições na mobilização social.
“Tenho certeza de que todo mundo da Fiocruz vai preparar o braço para receber a vacina. Mas precisamos de muito mais: um movimento nacional político, cultural e ideológico em defesa da vacinação e da saúde pública”.
Vacinas com tecnologia de RNA mensageiro
Padilha destacou que o Brasil está avançando na produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro, com o apoio direto do Ministério da Saúde. O investimento faz parte da estratégia para ampliar a autonomia nacional e consolidar o país como polo de desenvolvimento científico.
“Se os Estados Unidos cortaram recursos para a pesquisa em vacinas de RNA mensageiro, o Brasil está fazendo o caminho oposto. A Fiocruz vai produzir a primeira vacina com essa tecnologia no país, com total apoio do Ministério da Saúde“, disse ele, que seguiu.
“E o Brasil está de portas abertas para pesquisadores perseguidos ou que perderam financiamento em seus países. Vamos criar um ambiente de atração de talentos para desenvolver aqui o que tentam impedir em outros lugares”, afirmou.
A Fiocruz trabalha na construção de uma fábrica própria para produção de vacinas com essa tecnologia, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A estruturação do polo de mRNA integra os avanços científicos alcançados desde a pandemia, como a produção de mais de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19.
Produção nacional e política externa
Para ampliar a capacidade nacional, o Ministério da Saúde destinou R$ 1,2 bilhão à unidade Bio-Manguinhos, voltada à fabricação de vacinas, e R$ 600 milhões a Farmanguinhos, responsável pela produção de medicamentos essenciais, como os utilizados no tratamento do HIV e de hepatites virais.
Padilha afirmou que o Brasil vai se tornar referência global em ciência e saúde pública.
“A Covid-19 mostrou o risco de depender de apenas uma região ou três países para enfrentar uma emergência sanitária. O Brasil tem ativos estratégicos que o colocam em posição de liderança: um mercado público robusto, instituições como a Anvisa e a Fiocruz, e sólidas relações com a OMS e a OPAS”.
O ministro também reforçou a posição do governo brasileiro em defesa da Organização Mundial da Saúde.
“Se há quem diga não à OMS, o Brasil diz sim. Esse governo, esse presidente da República e este ministro estão comprometidos com a ciência e farão o que for necessário para apoiar a OMS. Vamos liderar, inclusive com a presidência do BRICS, uma articulação internacional para fortalecer a organização”.
Críticas à política dos EUA e convite a pesquisadores
Padilha criticou ações do governo dos Estados Unidos que atingem diretamente a comunidade científica.
“Se o Trump resolveu cortar recursos para pesquisa de RNA mensageiro, cortar financiamento de pesquisadores, estimular o ódio naquele país contra pesquisadores de vacina de RNA mensageiro, que os pesquisadores saibam que há aqui um país e uma instituição, a Fiocruz, que está preparada para produzir e registrar a primeira vacina de RNA mensageiro no nosso país”.
O ministro reforçou o convite aos profissionais impactados pelas políticas de corte de financiamento.
“Pesquisador que está nos Estados Unidos, temendo a perseguição e o corte de recursos feito pelo atual governo dos EUA, o Brasil, a Fiocruz, o Instituto Butantan, as universidades estão de portas abertas para criar um parque tecnológico”.
O presidente da Fiocruz também abordou o cenário internacional e os impactos da política científica nos países desenvolvidos.
“A luta pela democracia não tem descanso nem em escala nacional nem em escala internacional. Temos que ficar atentos e fortes”.
Mario Moreira assume segundo mandato na Fiocruz
Reeleito, Mario Moreira tomou posse para seu segundo mandato como presidente da Fiocruz.
Ele apresentou os eixos estratégicos de sua nova gestão, com foco na redução da dependência internacional em insumos, modernização da infraestrutura, desenvolvimento de tecnologias e ampliação da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS).
“A defesa da democracia, da saúde, da ciência e do SUS depende da mobilização constante da sociedade. É isso que celebramos aqui hoje: o compromisso coletivo com um país mais justo e com a vida”, afirmou Moreira.
O presidente da Fiocruz também alertou sobre o corte de verbas para pesquisa e os riscos para a produção científica.
“Infelizmente, o que temos visto são cortes e perseguições que comprometem o avanço da ciência. A Fiocruz sempre foi um espaço de acolhimento e diversidade — para pesquisadores brasileiros e estrangeiros — e continuará sendo”.
Segurança pública e saúde mental
Durante seu discurso, Moreira apontou os efeitos da violência urbana sobre os trabalhadores da saúde e as comunidades do entorno.
“O entorno da Fundação tem sofrido com isso. Essa questão afeta a saúde mental, das comunidades e dos trabalhadores”.
Ele destacou a necessidade de ações públicas que considerem os impactos sociais e territoriais na saúde, especialmente nas periferias. Segundo ele, é necessário ampliar a atenção sobre a relação entre segurança pública e os serviços de saúde.
Redação
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