Paulo Pimenta se manifesta contra anistia a envolvidos no 8 de janeiro: ‘É estimular impunidade’

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, se manifestou nesta sexta-feira (15) contra a ideia de perdoar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, bem como nas ações subsequentes, como o ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (13). “Anistia nesse momento é estimular impunidade”, avaliou.

Durante evento paralelo ao G20, no Rio de Janeiro, ele afirmou que “a impunidade é o fermento do terror que assistimos nesta semana. Sou contra qualquer debate sobre anistia aos envolvidos no 8 de janeiro”, declarou.

Pimenta reforçou sua posição ao declarar que aqueles que atentam contra a democracia não devem contar com impunidade. “Quem atenta contra a democracia não vai contar com nenhum tipo de impunidade nesse País”, afirmou.

O ministro também comentou sobre o andamento das investigações do ataque ao STF, destacando a rapidez com que estão sendo feitas. Segundo ele, o foco atual é determinar se o autor do atentado, que morreu no local, tinha “conexões” com outras pessoas. “Ele possivelmente tinha uma retaguarda”, sugeriu.

Pimenta mencionou também diversas evidências que indicam que o ataque foi premeditado. Entre os indícios, ele citou o aluguel de um trailer na Praça dos Três Poderes, artefatos enterrados nas proximidades, uma bomba deixada em uma das gavetas do quarto do autor, inscrições no espelho de sua casa, e postagens em redes sociais que podem ter relação com o atentado.

O ministro apontou que o ataque deve ser considerado no contexto de um momento mais amplo do país, já que o investigado havia participado de acampamentos em frente a quartéis em janeiro deste ano. Essa conexão com eventos anteriores levanta a hipótese de que o ato seja parte de um movimento maior, contra as instituições democráticas.

Pimenta descartou a possibilidade de suicídio como causa da morte do autor do ataque, baseando-se nas imagens das câmeras de segurança. Ele também afirmou que o Brasil precisará tratar episódios como esse cada vez mais como atos de terrorismo, dada a gravidade das circunstâncias e a ameaça que representam à ordem democrática.