Kleber pode disputar novamente governo em 2026 e comenta ‘chapa puro sangue’ do PT: ‘onde há fumaça, há fogo’

O ex-candidato a governador Kleber Rosa (PSOL) sinalizou, na manhã desta terça-feira (21), que a possibilidade de disputar novamente o cargo em 2026 segue em aberto. Em uma entrevista ao Portal M!, o psolista, que também disputou em outubro a Prefeitura de Salvador ficando em 2º, afirmou estar “à disposição do partido” para construir um caminho conjunto e fortalecer a representatividade da legenda no Estado.

Diversas possibilidades

Questionado sobre a possibilidade de disputar o governo estadual, Kleber ressaltou que não descarta essa opção. Ainda mais após o triunfo na disputa municipal no ano passado. O prefeito Bruno Reis (União Brasil) foi reeleito no 1º turno, mas o psolista conseguiu o feito de ficar em 2º lugar, desbancando o candidato do governador Jerônimo Rodrigues (PT), seu vice Geraldo Jr (MDB).

“Eu não desconsidero a possibilidade. Eu estou à disposição do partido. Se for essa a tarefa que o partido identificar para mim no ano de 2026, eu estaria à disposição, pronto para fazer o enfrentamento, cumprir o desafio e defender o nosso projeto de esquerda para a Bahia”, declarou ao Portal M!, durante a inauguração da sede da Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, no bairro de Engenho Velho de Brotas, em Salvador.

Apesar disso, ele destacou que nenhuma decisão foi tomada até o momento. Segundo Kleber, o ano de 2025 será crucial para amadurecer as discussões e organizar a militância. “O que eu posso dizer nesse momento é que as possibilidades estão abertas, não tem nada decidido ainda. Temos esse ano de 2025 pra amadurecer, pra construir, para organizar internamente a nossa militância para 2026”, explicou.

Representatividade do PSOL na Bahia

Um dos desafios apontados por Kleber é ampliar a presença do PSOL nas instâncias de poder. “Nós temos o desafio de aumentar o nosso tamanho na Assembleia Legislativa. Por outro lado, é importante pra gente garantir uma representação nossa no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, porque a gente não tem um deputado da Bahia”, afirmou.

Ele também destacou a necessidade de uma chapa majoritária forte para consolidar o partido como uma alternativa real de poder no Estado. “Temos o desafio de montar uma chapa majoritária, forte e competitiva, que dê continuidade ao processo de luta que o PSOL tem feito pra se firmar como alternativa real de poder na Bahia”, disse Kleber ao Portal M!.

Sobre a possibilidade de o PSOL apoiar um candidato de outro partido em 2026, Kleber foi cauteloso, mas indicou que essa não é a estratégia mais provável. “A possibilidade existe. Eu considero pouco provável. Acho que os diálogos vão acontecer. Existe um canal minimamente aberto com os setores do campo petista. Eu acho que essa proposta vai ser colocada na mesa, mas eu considero pouco provável que o PSOL abra mão de ter uma candidatura própria para o governo do Estado”, afirmou.

‘Onde há fumaça, há fogo’

Ao ser questionado sobre os rumores de uma possível “chapa puro sangue” do PT nas eleições em 2026 – composta pelo senador Jaques Wagner, o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro Rui Costa (Casa Civil) -, Kleber classificou como uma “tendência”. “Já tinha considerado essa possibilidade”, ressaltou ao Portal M!.

Para Kleber, a iniciativa reflete a força do PT na Bahia. “O ministro Rui Costa não tem certeza do futuro dele no governo federal, ele quer garantir um mandato. É uma figura que tem uma força muito grande na Bahia, foi o último governador e acho que ele não quer abrir mão de estar nesse lugar. Por outro lado, o senador Jaques Wagner já está no Senado e imagino que não cogita também estar fora. Eu acho que onde há fumaça há fogo. Existe essa possibilidade e isso obviamente demonstra uma força do PT dentro do campo que eles articulam”, ponderou.

Apesar disso, ele ressaltou que o PSOL também busca montar uma chapa competitiva capaz de dialogar com a sociedade. “Obviamente que a gente também quer montar uma chapa competitiva que seja capaz de defender com capacidade de dialogar com o conjunto da sociedade, defender o nosso projeto, que a gente acredita que é o futuro verdadeiramente linkado com os interesses populares”, concluiu.