Conselho de Medicina pede que Anvisa proíba uso do PMMA no Brasil
Aumento nos casos de complicações envolvendo o uso do produto, especialmente por profissionais não médicos, gerou a preocupação das autoridades de saúde

Representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) formalizaram, nesta terça-feira (21), um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para banir o polimetilmetacrilato (PMMA) do Brasil. O aumento nos casos de complicações envolvendo o uso do produto, especialmente por profissionais não médicos, gerou a preocupação das autoridades de saúde. As informações são da Agência Brasil.
A solicitação foi feita pelo presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, em uma reunião com o diretor-presidente substituto da agência Rômison Rodrigues Mota.
O PMMA é amplamente utilizado em procedimentos médicos, mas o aumento das complicações após o uso da substância tem gerado sérias preocupações. Embora seja aprovado para certos tratamentos, seu uso inadequado em procedimentos estéticos não autorizados vem sendo associado a efeitos adversos graves. A crescente prática do uso do PMMA por profissionais não médicos foi um dos principais fatores para o alerta emitido pelo CFM.
O que é o PMMA?
O polimetilmetacrilato (PMMA) é um componente plástico utilizado em diversas indústrias, incluindo a saúde. A substância é empregada na fabricação de lentes, em tratamentos odontológicos e em procedimentos ortopédicos. Sua utilização em algumas áreas da medicina é considerada segura, mas a prática de usá-la em procedimentos estéticos não autorizados tem gerado riscos à saúde dos pacientes.
De acordo com a Anvisa, o PMMA é “um tipo de preenchedor usado em procedimentos médicos”. A agência regula o uso da substância, esclarecendo que ela não é indicada para fins estéticos.
Em seu site, a Anvisa detalha que o PMMA foi aprovado para tratamentos específicos, mas não é autorizado para a realização de intervenções estéticas, como o preenchimento facial, prática que tem gerado preocupações quanto à segurança.
Riscos do uso indevido
A utilização do PMMA em procedimentos estéticos não regulamentados tem levado a complicações graves, incluindo infecções, reações alérgicas e deformidades permanentes. Profissionais não médicos que aplicam a substância aumentam o risco de complicações, uma vez que não possuem o conhecimento técnico adequado para lidar com as potenciais reações adversas.
O pedido do CFM à Anvisa visa não apenas a retirada do PMMA do mercado, mas também um maior controle sobre o uso de substâncias para fins estéticos. O CFM e outras entidades da saúde alertam para a necessidade de regulamentação rigorosa de procedimentos estéticos para garantir a segurança dos pacientes. O PMMA, por sua vez, se destaca como uma das substâncias que mais causam problemas de saúde quando mal administrada.
A prática de usar o PMMA em preenchimentos estéticos tem se popularizado, mas não é regulamentada por órgãos de saúde, o que aumenta os riscos. Esteticistas e outros profissionais sem formação médica têm aplicado a substância de maneira inadequada, levando a um aumento no número de complicações. A falta de fiscalização também tem sido apontada como um dos motivos para o aumento desses casos.
Papel do CFM
O CFM afirma que, ao pedir o banimento do PMMA no Brasil, está defendendo a saúde pública e a segurança dos pacientes. A entidade atua para garantir que apenas profissionais capacitados e regulamentados realizem procedimentos médicos e estéticos, especialmente aqueles que envolvem substâncias com alto risco de complicação. A solicitação à Anvisa é um reflexo das crescentes preocupações com o uso indiscriminado do produto.
O Brasil é um dos países onde os procedimentos estéticos são mais populares, mas também enfrenta desafios com a regulamentação de tais práticas. O uso de substâncias como o PMMA para fins estéticos não é o único exemplo de riscos associados à falta de controle.
Se a Anvisa acatar o pedido do CFM, o banimento do PMMA terá um impacto direto na indústria de procedimentos estéticos no Brasil. A substância, que é amplamente utilizada, poderá ser substituída por alternativas mais seguras e regulamentadas. O CFM e a Anvisa têm enfatizado a importância de garantir a saúde dos pacientes e a formação adequada dos profissionais que realizam esse tipo de procedimento.
A Anvisa ainda não se pronunciou oficialmente sobre a solicitação do CFM, mas é provável que a agência avalie os riscos associados ao uso do PMMA antes de tomar uma decisão. O processo de análise será conduzido com base em evidências científicas e nas preocupações das entidades de saúde, considerando o aumento das complicações relacionadas à substância.
Alternativas
Com o aumento das complicações associadas ao PMMA, alternativas mais seguras já estão sendo consideradas para substituí-lo em procedimentos estéticos. A regulamentação do uso de outros materiais, como os preenchedores autorizados pela Anvisa, pode ser uma solução para evitar os riscos de reações adversas e garantir a segurança dos pacientes.
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