PM e gerente de ferro-velho são presos pelo desaparecimento de funcionários em Salvador

Um soldado da Polícia Militar e o gerente do ferro-velho foram presos, nesta terça-feira (17), sob a suspeita de envolvimento no desaparecimento de dois jovens funcionários de um ferro-velho em Salvador. O caso, que já dura 43 dias, ganhou novos contornos após a prisão do policial conhecido como ‘Maguila’, e do gerente, conhecido como ‘Cabecinha’.

Ambos foram encaminhados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestarão esclarecimentos sobre o caso. As investigações indicam que eles podem estar ligados diretamente ao desaparecimento de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, que foram vistos pela última vez no dia 4 de novembro.

Desaparecimento dos jovens funcionários

Paulo Daniel e Matusalém, de 21 e 30 anos, respectivamente, foram dados como desaparecidos após saírem de suas casas para trabalhar no ferro-velho no bairro de Pirajá, em Salvador. O empresário Marcelo Batista da Silva, proprietário do estabelecimento, foi apontado como principal suspeito do crime, com indícios de que ele teria ordenado a execução dos dois jovens. O desaparecimento foi inicialmente relacionado a um suposto roubo de alumínio praticado pelos funcionários, mas a falta de provas concretas e o comportamento suspeito do empresário levaram as investigações para outras direções.

O dono do ferro-velho, Marcelo Batista, já responde a uma série de acusações graves. Além de ser suspeito de envolvimento no desaparecimento de Paulo e Matusalém, ele é investigado por duplo homicídio, tentativa de homicídio, envolvimento com milícias e facções criminosas, além de violência doméstica contra sua ex-mulher. O empresário também enfrenta diversas ações trabalhistas, com processos relacionados a assédio sexual, tortura e descumprimento de pagamentos de salário.

Veículo de Marcelo Batista e possíveis evidências de crime

A Polícia Civil encontrou o carro que pertence à mãe de Marcelo Batista em uma loja especializada em veículos de luxo na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Avaliado em R$ 750 mil, ele estava em processo de troca dos bancos, sendo que o homem que o levou à loja alegou que o comprou com manchas de sujeira no interior. A polícia, no entanto, suspeita que sejam vestígios de sangue, possivelmente de Paulo Daniel e Matusalém.

Batista, em sua versão inicial, relatou que os jovens haviam sido flagrados roubando fardos de alumínio de sua empresa e que ele tinha planejado acionar a polícia no dia seguinte, após um furto registrado por um terceiro funcionário. No entanto, segundo ele, Paulo e Matusalém não apareceram para trabalhar e desapareceram sem deixar qualquer explicação. As versões do empresário têm sido contestadas à medida que mais evidências surgem.

Procura pelo empresário foragido

Marcelo Batista continua foragido da Justiça desde que a prisão preventiva foi decretada no dia 9 de novembro, após as investigações levantarem suspeitas de que ele estaria envolvido no desaparecimento dos dois jovens. A Polícia Civil segue com as buscas para localizá-lo, mas até o momento o empresário permanece em paradeiro desconhecido.

A prisão do policial militar e o aprofundamento das investigações podem ser elementos-chave para esclarecer os fatos em torno dos desaparecimentos de Paulo Daniel e Matusalém, cujas famílias aguardam justiça e respostas sobre o que realmente aconteceu. A polícia segue trabalhando para desvendar os detalhes do caso e localizar todos os envolvidos.