Mulheres ganham destaque na gestão de rodovias da Bahia e quebram paradigmas no setor

No mês dedicado à luta pela equidade de gênero, a presença feminina em setores tradicionalmente masculinos ganha evidência. Na Bahia, as mulheres têm assumido protagonismo na operação e gestão da infraestrutura rodoviária, um segmento historicamente dominado por homens. O Grupo Monte Rodovias, uma das principais referências em transporte no Nordeste, tem adotado políticas voltadas à valorização da diversidade e ao fortalecimento da atuação feminina em todas as áreas da empresa.

Com concessões na Bahia e em Pernambuco, incluindo a administração das rodovias BA-093, BA-099, Rotas do Atlântico e do Coqueiro, a holding conta com 67% de sua força de trabalho composta por mulheres. Na Bahia Norte e Litoral Norte, responsáveis pela operação das rodovias baianas, esse índice chega a 68%, abrangendo desde funções operacionais até postos de liderança. A empresa também ostenta o selo ONU Mulheres/Brasil, reconhecimento concedido a organizações que promovem o empoderamento feminino e adotam práticas alinhadas à equidade de gênero em diversas frentes, como liderança, participação política e combate à violência contra as mulheres.

Mulheres no comando da tecnologia e do atendimento nas rodovias

A presença feminina se destaca principalmente nas operações viárias e no gerenciamento tecnológico do tráfego. No Centro de Controle Operacional (CCO), que monitora as rodovias 24 horas por dia, mulheres lideram as equipes responsáveis pelo atendimento aos usuários. Cláudia Dias, uma das líderes do setor, ingressou na empresa como operadora de pedágio e, após se destacar, conquistou uma posição estratégica no CCO.

“Comecei trabalhando nas praças de pedágio, atuei nas cabines, mas acabei despertando interesse pelo trabalho realizado no CCO. Participei de uma seleção interna de liderança e fui aprovada. Aqui no CCO, as mulheres lideram, somos a maioria. Todos os dias, é um trabalho que exige sempre a reafirmação da nossa capacidade profissional e, ao mesmo tempo, é único, dinâmico”, relata Cláudia.

Outra peça na operação das rodovias é Gislaine Ribeiro, enfermeira da equipe de atendimento médico de urgência. Segundo ela, a atuação na infraestrutura viária exige preparo físico e equilíbrio emocional.

 “Acessibilidade e localização das ocorrências estão entre as principais particularidades do atendimento emergencial nas rodovias, com acessos difíceis. Por isso, a comunicação precisa ser bem eficiente para as equipes de resgate chegarem com brevidade ao local. O resgate, assim, acaba sendo mais complexo. Exige uma grande aptidão física para a realização de protocolos de trauma e o manuseio dos equipamentos pesados, além de conhecimento emocional para lidar com situações bem sensíveis com as vítimas e familiares”, ressalta Gislaine.

No atendimento ao público, Bianca Oliveira coordena as operações nas praças de pedágio, liderando um time majoritariamente feminino. 

“Uma boa liderança exige equilíbrio, firmeza e empatia. Nas praças, atendemos os usuários atrasados, apressados. E nós, mulheres, que estamos na linha de frente, precisamos conduzir com sensibilidade situações de enfrentamento. As campanhas realizadas nas praças contra racismo e assédio são muito importantes nesses momentos”, afirma Bianca.

Liderança feminina na engenharia rodoviária

Além da operação diária das rodovias, as mulheres também estão assumindo posições de destaque na área de infraestrutura. Patrícia Almeida, gerente de projetos e faixa de domínio da Litoral Norte, tem mais de 20 anos de experiência no setor e acredita que o crescimento da participação feminina na engenharia rodoviária reflete mudanças culturais e sociais.

“A engenharia rodoviária nunca é chata. Percorremos diversas localidades, com acesso a diferentes culturas, conhecemos muitos territórios nesse trabalho”, destaca Patrícia.

Para ela, o reconhecimento e respeito pelo trabalho das profissionais do setor são conquistas fundamentais. “Hoje, conseguimos alcançar o reconhecimento e o devido respeito quanto à nossa competência e dedicação. É fundamental que continuemos a acreditar em nossa capacidade, mantendo a autoconfiança e respeitando nossos próprios limites, na busca por posições mais elevadas. Compartilho um lema de vida: Sonhar sempre, lutar tanto quanto for preciso e desistir jamais”, enfatiza Patrícia.