Alckmin critica guerra tarifária e defende diálogo e negociação com Estados Unidos: ‘ninguém ganha’
De acordo com Alckmin, Brasil foi um dos países menos afetados, com reajuste de apenas 10%

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou, na última quinta-feira (3), que “ninguém ganha com a guerra tarifária entre os países”. A declaração foi dada durante participação no podcast ‘Direto de Brasília’, em resposta ao aumento de tarifas anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
De acordo com Alckmin, o Brasil foi um dos países menos afetados, com um reajuste de apenas 10%. Apesar disso, ele destacou que a medida não favorece o comércio internacional. Segundo ele, as medidas anunciadas por Trump não foram boas para o comércio de nenhum país.
O vice-presidente elogiou a agilidade do Congresso Nacional na aprovação de um projeto que estabelece diretrizes jurídicas sobre o tema, mas reforçou a preferência do governo por uma abordagem baseada em negociações.
“Por meio do diálogo e da negociação”, afirmou, explicando que encontros com representantes dos dois países estão sendo organizados.
Congresso e Executivo atuaram em conjunto
Questionado sobre a impressão de que o Legislativo agiu antes do Executivo, Alckmin respondeu que as ações foram coordenadas. Segundo ele, o Senado já elaborava um projeto desde que a União Europeia cogitou restrições ao agronegócio brasileiro, e o texto foi finalizado com o apoio do governo após o anúncio feito por Trump.
A proposta foi então levada à votação, o que, segundo Alckmin, demonstrou uma resposta institucional articulada diante da situação internacional. Ele também pontuou que o Brasil segue comprometido com uma postura cooperativa em sua política comercial.
Sobre a relação bilateral, o vice-presidente frisou que os laços entre Brasil e Estados Unidos não se desfazem rapidamente. “Temos 4 mil empresas americanas no Brasil, então é uma parceria importante que existe entre os dois países”, disse. “Queremos ampliar isso e aperfeiçoar essa relação, superando as dificuldades”, completou.
Durante a conversa, o vice-presidente lembrou passagens com o ex-vice-presidente pernambucano Marco Maciel e revelou que costuma descansar na cidade paulista de Pindamonhangaba, sua terra natal. Ele também fez uma homenagem ao ex-governador de São Paulo, Mário Covas, a quem atribuiu influência em sua carreira política.
“Fui co-piloto de um grande comandante. Mário Covas, além da conhecida experiência técnica, tinha enorme sensibilidade social”, afirmou.
Ao comentar os quadros políticos atuais do PSB, Alckmin mencionou Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, e seu filho, o prefeito do Recife, João Campos. “Puxou a vocação do pai”, disse, referindo-se ao desempenho do atual gestor municipal.
Cenário no PSB e críticas ao governo
O vice-presidente ainda elogiou o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), afirmando que ele realiza “um ótimo governo”. Em relação às críticas recentes ao Governo Federal, Alckmin atribuiu a insatisfação a fatores conjunturais, como a valorização do dólar e eventos climáticos que prejudicaram a produção agrícola.
Ele destacou ações do Executivo para conter a inflação, como a isenção de tributos federais sobre alimentos e a redução da alíquota de importação para produtos da cesta básica.
“O clima melhorou e o dólar já caiu. Isso tende a reduzir os preços e ajudar no controle da inflação”, afirmou.
Sobre a repercussão negativa em torno do Pix, Alckmin disse que a proposta visava apenas aprimorar a fiscalização.
“Hoje é preciso ter muita atenção com a forma como se comunica. Transparência e prestação de contas são fundamentais”, declarou.
Reforma tributária e cenário para 2026
Alckmin observou que a reforma tributária aprovada tende a favorecer a economia no médio e longo prazo. Ao falar sobre as eleições de 2026, afirmou que considera natural a candidatura do presidente Lula à reeleição. Destacou a trajetória do petista como o único brasileiro a ter três mandatos presidenciais.
“Inflação não é socialmente neutra. O pobre vê o salário derreter no bolso”, afirmou, ao defender as medidas econômicas adotadas pelo governo. Segundo ele, o presidente Lula mantém força política mesmo diante das oscilações nas pesquisas.
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de voltar à chapa presidencial como vice, afirmou que foi uma honra receber o convite em 2022. Alckmin disse acreditar que a união foi determinante para o resultado do pleito, principalmente no estado de São Paulo.
Democracia e articulação política
O vice-presidente declarou que a aliança com Lula teve impacto direto na defesa da democracia. “A democracia é o povo que decide. As ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão, mas não dão o pão que prometeram nem devolvem a liberdade que tomaram“, afirmou.
Sobre o funcionamento da articulação política do atual governo, Alckmin explicou que o grande número de partidos dificulta atender a todos os interesses, mas garantiu que a relação entre os poderes tem se mantido estável. “O relacionamento entre Executivo e Legislativo é muito bom”, garantiu.
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