Em último debate antes da eleição, Boulos e Nunes trocam acusações
Candidatos expressaram apoio à manutenção do subsídio do transporte público em SP
O último debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), foi realizado na sexta-feira (25). O encontro foi marcado por troca de acusações e posicionamentos sobre temas relevantes para a cidade. Promovido pela TV Globo, o debate ocorreu dois dias antes da votação do segundo turno, que definirá o próximo prefeito. Enquanto Nunes defendeu sua gestão e se posicionou como um candidato liberal, Boulos tentou descredibilizá-lo, associando-o a suspeitas de corrupção.
Boulos, que recentemente participou de uma sabatina com o influenciador Pablo Marçal (PRTB), buscou atrair parte do eleitorado do coach, que declarou que anulará o voto, após Nunes rejeitar um convite para a sabatina online. No início do encontro, Nunes destacou sua colaboração com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e questionou a ausência de Boulos em uma votação importante na Câmara dos Deputados.
Durante o debate, Nunes acusou Boulos de defender a descriminalização das drogas, do aborto e a desmilitarização da Polícia Militar, afirmando que o rival mudara suas posições por conveniência eleitoral. O prefeito ressaltou ainda medidas voltadas à direita, como concessões e Parcerias Público-Privadas, além de reduzir impostos sobre serviços de streaming.
Por sua vez, Boulos se posicionou como o candidato da mudança e criticou Nunes por não ter agido de forma firme em momentos críticos, como a privatização de serviços essenciais. “Você não teve pulso para enfrentar a Enel como deveria, apoiou a privatização da Sabesp em troca de apoio eleitoral (de Tarcísio) e tivemos a privatização dos cemitérios”, declarou, apontando o aumento nos custos de velórios e enterros.
O candidato do PSOL também se comprometeu com a responsabilidade fiscal, afirmando que é a favor da descriminalização do usuário de maconha, mas que os traficantes devem ser considerados criminosos. Em seguida, Boulos pressionou Nunes sobre o apoio de Jair Bolsonaro (PL), questionando a gestão do ex-presidente durante a pandemia.
“São Paulo, na minha gestão, se tornou a capital mundial da vacina. A vacina que você tomou foi o Bolsonaro que mandou para cá. Não sou julgador do presidente”, respondeu Nunes. Ele também mencionou sua mudança de opinião sobre a obrigatoriedade da vacina e o fechamento do comércio durante a pandemia.
Ao longo do debate, os candidatos circularam pelo estúdio, o que levou Nunes a ironizar o comportamento de Boulos, que, segundo ele, estava “invadindo” seu espaço. Boulos, por outro lado, alegou que Nunes parecia nervoso e gaguejando, acentuando a tensão entre os dois.
A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice na chapa de Boulos, foi mencionada no debate. Boulos questionou Nunes sobre sua opinião em relação ao governo da petista na cidade: “Você poderia perguntar para ela como foi liderar o processo de impeachment da Dilma Rousseff”.
O debate se intensificou com a discussão sobre as relações dos candidatos com a Justiça. Boulos trouxe à tona a investigação sobre Nunes relacionada à “Máfia das Creches”, um esquema de desvio de recursos públicos. “Se os cheques foram pelo serviço prestado, por que foi depositado na sua conta pessoal e não na da empresa?”, questionou.
Nunes, em resposta, assegurou que o Ministério Público investigou a situação e que seu sigilo fiscal foi quebrado. “Não foi identificado nada porque eu não devo nada. Tenho uma vida limpa, nunca tive indiciamento nem condenação”, afirmou.
A troca de acusações prosseguiu com Boulos citando um episódio em que Nunes teria disparado tiros em uma boate em 1997, e acusando o prefeito de ter um ex-cunhado de Marcola, líder do PCC, como chefe de gabinete. Nunes se defendeu, dizendo que o acusado era um funcionário de carreira que trabalhava há décadas na administração pública.
Ao final do debate, ambos os candidatos expressaram apoio à manutenção do subsídio do transporte público. Enquanto divergiram sobre o número de pessoas em situação de rua na cidade, concordaram em considerar o programa de habitação ‘Pode Entrar’ uma iniciativa positiva.
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