Paralimpíada começa nesta quarta-feira com Beth Gomes e Gabriel Araújo de porta-bandeiras do Brasil

Cerimônia de abertura será às 15 horas (horário de Brasília); delegação brasileira contará com 280 atletas

Iago Bacelar 27/08/2024 14:30 • Cidades

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Paralimpíada começa nesta quarta-feira com Beth Gomes e Gabriel Araújo de porta-bandeiras do Brasil -

Os campeões paralímpicos Beth Gomes e Gabriel Araújo foram escolhidos para serem os porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura da Paralimpíada de Paris 2024, que acontece nesta quarta-feira (28), a partir das 15 horas (horário de Brasília). Assim como nas Olimpíadas, o desfile dos atletas será realizado fora de um estádio, com trajeto de pouco mais de 2 quilômetros passando pelos principais pontos turísticos, saindo do Arco do Triunfo e atravessando a Avenida Champs-Elysées até a icônica Place de la Concorde, maior e mais famosa praça de Paris.

O Brasil será representado na França por 280 atletas, incluindo 255 com deficiência, competindo em 20 modalidades nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Esta é a maior delegação brasileira em uma edição dos Jogos fora do país, superando a marca de Tóquio 2020, onde o Brasil enviou 259 atletas. Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 terão transmissão ao vivo pelos canais SporTV e pelo canal do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) no YouTube.

Porta-bandeiras

A paulista Beth Gomes e o mineiro Gabriel Araújo foram campeões olímpicos em Tóquio, em 2020, onde ambos conquistaram medalhas de ouro em suas respectivas modalidades, atletismo e natação. Eles representam as duas modalidades que mais trouxeram vitórias ao Brasil na história dos Jogos Paralímpicos.

“Beth e Gabriel são dois dos grandes nomes que o Brasil traz a Paris depois de um ciclo impecável, com resultados esportivos e aproveitamento impressionantes nas principais competições pelo mundo, desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles dão forma àquilo que o CPB trabalhou e acreditou nos últimos três anos. Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasileiro”, afirmou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Aos 59 anos, Beth Gomes compete na classe F53, destinada a atletas que competem sentados. Em Tóquio 2020, ela garantiu o ouro no lançamento de disco da classe F52 e recentemente repetiu a vitória no Mundial de Kobe, no Japão, em maio deste ano, na classe atual. A atleta brasileira quebrou recordes mundiais consecutivos, o mais recente no final de junho deste ano, com um lançamento de 18,45 metros no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

“É uma sensação muito boa, uma realização. Todos nós atletas paralímpicos sonhamos com este dia. Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos”, compartilhou Beth.

Já Gabriel Araújo, de apenas 22 anos, em sua estreia paralímpica em Tóquio 2020, conquistou três pódios, incluindo duas medalhas de ouro nos 200m livre e 50m costas, além de uma prata nos 100m costas. O jovem atleta, que compete na classe S2, manteve sua excelência nas competições subsequentes, vencendo as mesmas provas nos Mundiais da Ilha da Madeira em 2022 e Manchester em 2023.

“Este será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir para a abertura [em razão da pandemia de Covid-19]. Agora, estou aqui em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos.”, destacou Gabriel, que nasceu com focomelia, uma condição congênita que afeta a formação de membros.

Gabriel expressou admiração por Beth Gomes, com quem dividirá a responsabilidade de conduzir a bandeira brasileira. “É uma honra estar ao lado de uma mulher tão experiente e de tanta competitividade, que está sempre buscando atingir seus objetivos em todas as competições. É muito bom participar deste momento com uma referência do esporte”, afirmou o nadador.