Jaques Wagner rechaça convite para Ministério e critica sistema de emendas no Congresso
Líder do governo no Senado participou de homenagem a Dias Toffoli e Paulo Gonet na AL-BA e defendeu uso mais estruturante do dinheiro público

O senador Jaques Wagner (PT-BA) negou, na manhã desta sexta-feira (14), que tenha sido convidado para assumir um Ministério no governo Lula. Com a reforma ministerial em andamento, o nome do líder do governo no Senado foi ventilado para o comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, que agora é comandada pela ex-presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Além disso, o petista baiano criticou duramente o sistema de emendas parlamentares, classificando o atual modelo de distribuição de recursos públicos como “pulverizado” e “viciado”. A respeito do suposto convite para voltar a ser ministro, Wagner afirmou que a imprensa vazou algo equivocado.
“Primeiro, o seguinte, você sabe que os seus colegas de imprensa às vezes dão um furo e às vezes dão ‘barrigada’. Essa aí foi uma barrigada”, ponderou o senador durante cerimônia de entrega dos títulos de Cidadão Baiano ao ministro Dias Toffoli e ao procurador-geral Paulo Gonet, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Wagner elogia nomeação de Gleisi Hoffmann na SRI
O senador, que já foi ministro nos primeiros governos Lula e é considerado um dos conselheiros mais próximos do presidente, também comentou a nomeação da ex-presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, para a pasta, um dos cargos mais estratégicos da articulação política com o Congresso.
“Eu já dei minha declaração pública, eu acho muito bem, eu acho que ela vai sair bem. As pessoas confundem. Em cada papel que a gente está, você tem o oposto. Você já foi filha, não sei se você já é mãe. Mas eu já fui filho, já sou pai e já sou avô. Ela, não falando com o presidente do PT, óbvio que o papel dela era aqui mesmo, esquentar. Agora ela veio a um lugar que não é para esquentar, é particular. E ela é madura o suficiente, tem muita confiança nela. É só ver esses primeiros dias, já tem gente adorando ela”, afirmou.
Pulverização de recursos e vício institucional
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, não poupou críticas ao que chamou de “novo normal” do Congresso Nacional. Para o senador baiano, o atual sistema de emendas parlamentares torna o presidente da República refém dos parlamentares e compromete o uso eficiente dos recursos públicos.
“E essa coisa logo no Congresso, que você chama de novo normal, que é aquele negócio de emenda, botar o presidente refém… Você já viu alguém sair da zona de conforto? É difícil, né? Se você não poder dar a bicicleta para o menino, o menino fica chateado, mas tudo bem. Agora, depois que você der e tomar… Então, infelizmente, viciaram o Congresso nesse estilo lá”, afirmou.
Para Wagner, o grande problema das emendas não é a sua existência, mas a forma como os recursos são pulverizados. “Eu, pessoalmente, continuo achando que é um volume absurdo. O meu problema com a emenda, independente de qualquer outra coisa, é que ela pulveriza demais o dinheiro público. Então, não é a melhor utilização do dinheiro público. Tudo bem, é nobre, o cara vai fazer uma praça no interior x, y e z. Mas precisamos ter dinheiro para fazer algo estruturante, é estrada, é um grande hospital, etc”.
Impactos na governabilidade
O líder do governo no Senado também chamou atenção para os montantes envolvidos e os impactos na governabilidade “E quando você distribui emendas, são 513 [deputados federais] com 81 [senadores], 600 pessoas que consomem R$50, 54 bi [bilhões] de várias modalidades… Então, muito desse dinheiro é pulverizado. Então esse novo normal não é o que eu gostaria nem o presidente Lula, mas foi o que a gente encontrou quando chegou. É bem diferente de quando a gente chegou em 2003”, concluiu.
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