Gleisi Hoffmann inicia transição na articulação política em encontro com Padilha

A nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, se reuniu nesta quarta-feira (5) com o ex-ministro da pasta, Alexandre Padilha, para tratar sobre a transição na articulação política do governo. Padilha assumiu recentemente o Ministério da Saúde, e o encontro marcou o início do processo de mudança no comando da SRI.

A reunião foi divulgada por Padilha em uma publicação na plataforma X, onde compartilhou uma foto ao lado de Gleisi. Segundo ele, a conversa abordou o andamento de ações do governo nas áreas de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, da Secretaria de Assuntos Federativos e da Agenda Prioritária no Congresso Nacional.

Agenda prioritária no Congresso Nacional

O ministro da Saúde destacou que a agenda prioritária do governo foi construída em parceria com os ministros no início do ano e busca promover uma economia mais justa. Entre os temas em discussão estão:

• Reforma da Renda
• Incentivo ao empreendedorismo e ao investimento
• Educação como eixo central do desenvolvimento
• Enfrentamento das mudanças climáticas
• Proteção das famílias e segurança digital
• Defesa da justiça social e da democracia

Segundo Padilha, a continuidade dessas pautas é fundamental para garantir avanços no Congresso.

Posse de Gleisi Hoffmann será no dia 10 de março

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais no dia 28 de fevereiro. A posse da deputada federal e presidente nacional do PT está marcada para o próximo dia 10 de março.

Gleisi já era cotada para integrar o governo Lula, inicialmente para a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente ocupada por Márcio Macêdo. No entanto, sua nomeação para a SRI acabou se concretizando como uma estratégia para reforçar a interlocução com o Congresso Nacional.

Apoio de aliados e críticas da oposição

A indicação de Gleisi Hoffmann gerou reações divergentes no meio político. O senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu a escolha e elogiou sua experiência.

“Tem sensibilidade, inteligência política e competência. Sabe em que cadeira vai sentar. Preparem-se para morder a língua”, escreveu Wagner nas redes sociais.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também demonstrou apoio, afirmando que a deputada tem “experiência legislativa, executiva e partidária” e que poderá surpreender no novo cargo.

Por outro lado, líderes da oposição interpretaram a nomeação como um sinal de radicalização e isolamento do governo. Segundo parlamentares ouvidos pelo jornal Estadão, a mudança indica uma priorização de interesses partidários sobre as negociações institucionais.

Reviravolta na articulação política

A escolha de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais foi considerada uma reviravolta na composição do governo. Até poucos dias antes do anúncio, a expectativa era de que ela assumisse a Secretaria-Geral da Presidência.

Apesar do perfil combativo da deputada, Lula manteve sua decisão e reforçou o apoio à nova ministra, destacando sua capacidade de interlocução.

“Gleisi vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados”, afirmou o presidente no X.

Com a nomeação, Gleisi Hoffmann terá a responsabilidade de liderar a articulação política do governo e negociar temas sensíveis, como a distribuição de emendas parlamentares, um dos principais pontos de tensão entre o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).