Caiado endurece contra o PT e desconversa sobre inelegibilidade ao lançar pré-candidatura ao Planalto em 2026
Evento contou com presença de nomes importantes da direita e do União Brasil, como senador Sergio Moro, e prefeito de Salvador, Bruno Reis

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou, nesta sexta-feira (31), em Salvador, sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026. Durante o evento, realizado no Centro de Convenções da capital baiana, ele foi questionado sobre a decisão da Justiça que o tornou inelegível por 8 anos, mas desconversou e não entrou no mérito do assunto.
Alvo de uma decisão em primeira instância da Justiça Eleitoral goiana, que o condenou por abuso de poder político, o governador não quis comentar o processo nem a possibilidade de ser impedido de disputar o pleito. Além disso, Caiado também evitou falar novamente sobre a criação da Federação do União Brasil com PP, um dia antes ele já havia afirmado que era contra.
“O assunto aqui agora é de receber um título, uma Comenda de 2 de Julho, e sem dúvida nenhuma lançar aqui a nossa pré-candidatura. O assunto partidário nós vamos tratar no decorrer do tempo”.
A condenação, proferida em dezembro, aponta que Caiado utilizou a estrutura do Palácio das Esmeraldas para apoiar o então candidato à prefeitura de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil). A sentença cabe recurso, mas, se mantida, pode inviabilizar legalmente a sua candidatura em 2026.
Defesa da união da direita nas eleições de 2026
Durante o lançamento, Caiado também defendeu a unificação da direita para enfrentar o PT e seus aliados no próximo pleito presidencial. Para ele, a vitória contra o governo Lula dependerá da coesão das forças conservadoras.
“Esse sentimento é majoritário no Brasil. E ele chegará unido no segundo turno. Sem dúvida nenhuma nós teremos uma vitória expressiva sobre um governo que realmente não mostrou nenhuma capacidade de apresentar um plano de desenvolvimento para o país”, disse.
O evento contou com a presença de nomes importantes da direita e do União Brasil, como o senador Sergio Moro; o prefeito de Salvador, Bruno Reis; o vice-presidente nacional do UB, ex-prefeito ACM Neto; e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel.
“Não sou homem de ficar usando paternidade para ocupar cargo”
Em um discurso voltado à valorização do mérito, Caiado destacou sua trajetória política e profissional, afirmando que sempre chegou a cargos públicos por meio de votação ou concurso. “Não sou homem de ficar usando paternidade ou vinculações pessoais para ocupar cargo. Toda a minha vida, desde a minha formação médica até minha atuação política, foi marcada por concursos ou eleições. Sou um homem que já ganhou e já perdeu eleições. Tenho humildade de entender o jogo democrático e me preparo para ele”, afirmou.
O governador também ressaltou que nunca foi um “candidato de bolso” e criticou aqueles que dependem de figuras políticas para alcançar projeção. “Aqui não é candidato de barra de saia. Aqui é candidato quem tiver proposta para apresentar à população. Quem tiver coragem, quem tiver independência moral e intelectual, se apresente”, completou.
Críticas duras ao governo Lula e ao PT
O governador de Goiás aproveitou o evento para fazer críticas contundentes ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à gestão petista. Para ele, o atual cenário econômico é resultado da ineficiência da administração federal.
“Uma inflação que vem aí, uma taxa de juros hoje insuportável, uma inibição completa do setor produtivo. Já tem uma cesta básica que está ficando insustentável para a população mais humilde do nosso país. Um presidente que se omite nas decisões e responsabiliza governadores e prefeitos. O PT na gestão pública é um zero à esquerda”, afirmou.
Caiado também criticou a proposta do governo federal de usar o FGTS como garantia de empréstimos com altos juros. “Isto aí é a maior agiotagem praticada no Brasil, agiotagem oficial. Um cidadão hoje, ao tomar R$ 50 mil emprestado, vai pagar mais de R$ 109 mil. Isso é um desrespeito com o trabalhador”, disparou.
Governador justifica escolha da Bahia para lançar pré-candidatura
Ao justificar a escolha de Salvador como ponto de partida da sua pré-campanha, Ronaldo Caiado exaltou a importância histórica da Bahia para o país. “A Bahia é a mãe do Brasil. Quando lancei minha candidatura em Goiás, escolhi a cidade de Goiás, que é a cidade-mãe do Estado. Agora, lanço minha campanha à Presidência na Bahia porque é aqui que tudo começou. Quero falar da Bahia para todo o Brasil”, explicou.
Ele também destacou laços pessoais e políticos com o Estado. “Tenho ligações políticas, familiares e a honra de receber o título de cidadão baiano e a Comenda 2 de Julho. São vários os motivos que me trouxeram aqui”, concluiu.
Pré-campanha busca ampliar visibilidade nacional
Com apenas 5,9% das intenções de voto em pesquisas recentes, segundo o instituto AtlasIntel, Caiado ainda enfrenta o desafio de ampliar sua visibilidade no cenário nacional. Ele acredita que esse processo será superado a partir do contato direto com a população.
“Me perguntaram como vou fazer para ser conhecido. Começando aqui, por Salvador. Caminhando por outros estados do Nordeste, debatendo com a população, com entidades de classe, mostrando o que nós fizemos. Não é um candidato do achismo. É um candidato que tem proposta e realizações para apresentar ao Brasil”, concluiu.
Uma nova pesquisa do instituto Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (3), revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa contra todos os principais nomes da direita em cenários de segundo turno para a eleição presidencial de 2026. No entanto, os números também indicam um aumento na rejeição ao petista e um crescimento na insatisfação com sua administração.
No cenário com Caiado como candidato, Lula lidera com 44% contra 30% do governador. Nesse caso, é maior índice de votos brancos e nulos (22%), enquanto os indecisos somam 4%. A distância entre os dois candidatos diminuiu significativamente, já que em dezembro Lula tinha 54% contra 20% de Caiado.
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