Próximo presidente do Banco Central, Galípolo descarta ataque especulativo coordenado contra o real
Segundo ele, não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que vai assumir a presidência da instituição em 2025, afirmou nesta quinta-feira (19) que a ideia de um ataque especulativo coordenado contra o real não reflete a dinâmica atual do mercado de câmbio. A declaração foi feita durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A informação é do G1.
“Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias”, explicou Galípolo.
Segundo ele, o mercado opera com base em negociações opostas, o que torna inevitável que movimentos de preço gerem ganhadores e perdedores.
“Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”, afirmou.
Câmbio e ações do Banco Central
A coletiva aconteceu em meio à alta histórica do dólar, que chegou a R$ 6,30 na manhã de quinta-feira (19). A valorização da moeda americana reflete, segundo analistas, a expectativa do mercado por medidas concretas de ajuste fiscal por parte do governo federal.
Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, ressaltou que a instituição não busca atingir um patamar específico de câmbio. “O BC não tem intenção de chegar a nenhum nível de (preço de) câmbio. Vamos continuar monitorando o fluxo de dólares e vamos atuar se for preciso. Não tem como dizer o que vamos fazer no futuro”, declarou.
Venda de dólares no mercado cambial
Após o dólar atingir a maior cotação desde o início do Plano Real, o Banco Central realizou uma nova intervenção no mercado cambial nesta quinta-feira (19), vendendo US$ 3 bilhões em um leilão à vista. Segundo o Departamento das Reservas Internacionais (Depin), a operação aceitou seis propostas entre 9h15 e 9h20, com valores que variavam de US$ 1 bilhão a US$ 3 bilhões, totalizando o montante ofertado.
A venda se soma a outros leilões promovidos pelo BC na última semana, nos quais foram injetados US$ 12,7 bilhões na economia entre quinta-feira (12) e quarta-feira (18). Apesar do aumento da intervenção, considerada a maior desde a pandemia, o dólar continua a registrar valorização no mercado, mantendo-se em patamares elevados.
Ataque especulativo
O termo “ataque especulativo” ganhou atenção no debate público, especialmente em redes sociais, onde há alegações de que grupos financeiros estariam pressionando o câmbio como forma de contestar políticas econômicas do governo.
Historicamente, o conceito de ataque especulativo foi utilizado para descrever movimentos de venda de moedas em regimes cambiais fixos, onde a paridade cambial era considerada insustentável diante dos fundamentos econômicos.
Um exemplo clássico ocorreu no Brasil entre 1997 e 1998, período em que o governo enfrentou dificuldades para sustentar uma moeda sobrevalorizada. Essa situação levou à desvalorização do real em 1999, quando o país adotou o regime de câmbio flutuante. Os debates sobre desvalorização cambial e ataques especulativos costumam ressurgir em momentos de forte instabilidade no mercado de câmbio, com interpretações econômicas e políticas dividindo opiniões.
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