Presidente da Fieb aponta crescimento da indústria acima do esperado e prevê desafios para economia em 2025
Para Carlos Henrique Passos, Brasil deve fechar 2024 com aumento entre 3,4% e 3,5% do PIB, superando previsões iniciais do mercado

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, apresentou, nesta quarta-feira (18), um balanço sobre o desempenho da indústria em 2024 e as perspectivas para 2025. Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, o presidente da entidade destacou o crescimento econômico acima do esperado neste ano, mas alertou para desafios que podem limitar o ritmo em 2025.
Desempenho acima das expectativas em 2024
Passos afirmou que a economia brasileira deve fechar 2024 com um crescimento entre 3,4% e 3,5% do PIB, superando as previsões iniciais do mercado. Segundo ele, o setor industrial teve papel central nesse avanço.
“Nosso balanço é de um saldo positivo entre dificuldades, oportunidades e crescimento. A indústria da Bahia e a do Brasil devem apresentar, ao final de 2024, um crescimento acima daquele que era previsto pelos analistas de mercado”, afirmou ao Portal M!.
O presidente ressaltou que a indústria voltada ao consumo interno foi a principal responsável pelo desempenho positivo, em contraste com o agronegócio, que não teve um ano favorável. “Parte significativa desse crescimento veio da indústria, já que o agronegócio este ano não pôde colaborar”, completou.
Perspectivas e incertezas para 2025
Apesar do desempenho favorável, as perspectivas para 2025 são mais desafiadoras. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um crescimento de 2,4% para a economia brasileira e 2,1% para a indústria nacional no próximo ano. No entanto, o cenário macroeconômico ainda inspira cautela.
“A taxa de juros reais do Brasil, que é a diferença entre a Selic e o IPCA, ainda é um ponto de atenção. Hoje o país possui a segunda maior taxa de juros reais do mundo, o que prejudica a recuperação econômica e aumenta os desafios enfrentados pelo setor produtivo”, alertou Passos ao Portal M!.
Além disso, o presidente destacou a volatilidade recente nos mercados financeiros, marcada pela alta do dólar e dos juros. “Esperamos que o governo consiga resgatar sua credibilidade junto ao mercado para que os ativos financeiros, que têm sido muito voláteis nessas últimas semanas, possam retornar ao seu curso normal”, disse.
Cenário internacional e impactos locais
Fatores externos também podem afetar a indústria baiana. A desaceleração econômica na China e tensões no mercado de petróleo, agravadas pelos conflitos internacionais, são apontados como riscos. “Outro fator que traz incerteza é o início do governo Trump nos Estados Unidos, com ameaça de elevação de tarifas de importação de manufaturados e o acirramento das tensões comerciais”, destacou o superintendente da Fieb, Vladson Menezes.
Setores em evidência
O segmento químico e petroquímico pode enfrentar um cenário desafiador devido à queda nos preços internacionais e à concorrência de importados. O setor de refino de petróleo também deve sentir os impactos de um mercado global retraído.
Em contrapartida, há expectativa positiva para a produção de automóveis, com a inauguração da fábrica da BYD em Camaçari, prevista para o primeiro semestre de 2025. “A planta deve impulsionar a economia estadual com geração de empregos e renda. A BYD é o grande investimento da Bahia e terá um impacto significativo nos nossos indicadores industriais”, explicou Passos ao Portal M!.
A construção civil também pode crescer, impulsionada por programas governamentais como o Minha Casa, Minha Vida e investimentos do PAC, apesar da alta dos juros. Setores como alimentos, bebidas, calçados, têxteis e móveis também devem registrar crescimento moderado.
Emprego em alta
Dados do IBGE mostram que a taxa de desemprego na Bahia caiu para 9,7% no terceiro trimestre de 2024, a menor desde 2012. No setor industrial, foram gerados 7.665 novos empregos nos últimos 12 meses, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Com uma combinação de oportunidades e desafios, a indústria baiana avança com cautela, buscando consolidar resultados e enfrentar as incertezas econômicas que se desenham para 2025.
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