‘Eles precisam de nós muito mais do que precisamos deles’, diz Trump sobre Brasil e América Latina
Presidente dos EUA questiona envolvimento brasileiro em negociações de paz na Ucrânia e reafirma posição dominante dos EUA no cenário global
Em suas primeiras declarações como presidente durante seu segundo mandato, Donald Trump trouxe à tona sua perspectiva sobre a América Latina, incluindo o Brasil, afirmando que a região depende mais dos Estados Unidos do que o contrário. A fala ocorreu, nesta última segunda-feira (20), no salão oval da Casa Branca, em um momento em que o Brasil tem buscado ampliar sua atuação diplomática em questões internacionais, como as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.
Trump fala sobre Brics
Questionado pela jornalista brasileira Raquel Krahenbuhl, correspondente da TV Globo, sobre a proposta apresentada por Brasil e China em 2024 para uma resolução do conflito no leste europeu durante reunião do Brics (composto também pela Rússia, Índia e África do Sul), Trump respondeu com ceticismo. “Isso é bom, é bom. Eu estou pronto”, afirmou, referindo-se à ideia de conversas de paz.
No entanto, ele demonstrou surpresa ao saber que o Brasil estava envolvido no plano. “Como o Brasil se envolve nisso? Isso é uma novidade.”, disse o presidente.
A proposta em questão, intitulada “Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China sobre uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia“, foi assinada em maio de 2024 por Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula, e Wang Yi, chanceler chinês. O documento sugeria medidas para desescalar o conflito, criar condições para um cessar-fogo e evitar a expansão das atividades militares. No entanto, foi rejeitado pelo presidente ucraniano Volodmir Zelenski, que criticou as intenções de Brasil e China durante a Assembleia-Geral da ONU, argumentando que os dois países deveriam reconhecer as ações da Rússia como colonialistas.
Discurso de Trump sobre Brasil e América Latina
Trump reforçou a visão de que a América Latina, incluindo o Brasil, depende significativamente dos Estados Unidos. “Devem ser ótimas. Eles precisam de nós. Muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós”, declarou o presidente, sem detalhar planos concretos para um diálogo com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A afirmação de Trump evidencia uma visão hierárquica das relações entre os Estados Unidos e seus parceiros latino-americanos, sugerindo uma abordagem baseada na superioridade econômica e política norte-americana. Apesar disso, o comentário deixou em aberto a possibilidade de diálogo futuro, embora Trump não tenha confirmado se pretende se reunir com Lula.
Lula reforça diplomacia e torce por parceria com EUA sob Trump
Em contrapartida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou esperança em uma gestão bem-sucedida de Donald Trump nos Estados Unidos, destacando a importância de manter uma parceria histórica entre os dois países. Durante a reunião ministerial realizada nesta segunda-feira (20), na Granja do Torto, Lula ressaltou a relevância da diplomacia para garantir relações harmônicas com diferentes nações, incluindo EUA, China, Venezuela e Rússia.
“O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu torço para que ele faça uma gestão profícua, para que o povo americano melhore e para que os EUA continuem a ser o parceiro histórico que é do Brasil”, afirmou Lula, que optou por não comparecer à posse de Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos e o Brasil foi representado pela embaixadora Maria Luiza Viotti.
Relações Brasil-EUA e futuro da diplomacia internacional
As relações entre Brasil e Estados Unidos têm oscilado ao longo das últimas décadas, dependendo do alinhamento político de seus líderes. A gestão de Trump em seu primeiro mandato foi marcada por uma relação cordial com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Lula busca reposicionar o Brasil como um ator global em fóruns multilaterais e negociações internacionais.
A proposta conjunta de Brasil e China para a crise na Ucrânia representa uma iniciativa brasileira para fortalecer sua atuação diplomática. Apesar da rejeição de Donald Trump e do ceticismo internacional, o Brasil segue empenhado em se posicionar como mediador em conflitos globais.
Trump e postura americana na geopolítica
As declarações de Trump revelam uma visão pragmática e hierárquica das relações internacionais, reafirmando a posição dos Estados Unidos como potência dominante. O comentário sobre a dependência da América Latina, incluindo o Brasil, pode ser visto como um reflexo das prioridades de sua administração, focadas na supremacia econômica e política norte-americana.
Enquanto isso, o Brasil segue buscando consolidar seu espaço no cenário global, abrindo novos caminhos para o diálogo e a cooperação internacional.
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