Pedro Markun conta desafios da campanha em SP e propõe 1ª candidatura que une ser humano e IA
Candidato a vereador é criador da Lex, primeira IA legislativa do mundo, tecnologia que promete conectar pessoas em novo ambiente na política

O candidato a vereador de São Paulo, Pedro Markun (Rede Sustentabilidade), conhecido também como Pedro da IA, é o primeiro político a propor a candidatura híbrida no Brasil, ou seja, a união entre um ser humano e uma Inteligência Artificial (IA). Ele é o criador da Lex, a primeira IA legislativa do mundo, sendo uma tecnologia que promete inovar e conectar pessoas na construção de um novo ambiente na política.
Em entrevista exclusiva ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, Markun falou sobre os desafios de divulgar a sua ideia inovadora, diante de um cenário político caótico em São Paulo, principalmente na disputa pela prefeitura. Segundo ele, essas polêmicas afastam o eleitor no descobrimento de novas propostas para a cidade, mesmo com o ineditismo e a criatividade de ter uma Inteligência Artificial disputando uma cadeira na Câmara Municipal de SP.
“Está sendo uma campanha muito desafiadora, por conta dos níveis de surrealidade que alcançaram níveis estratosféricos. Então, a gente está disputando o imaginário político com cadeirada em debate de prefeitos. É difícil. A minha hipótese é que eu estou colocando a primeira Inteligência Artificial legislativa do mundo para disputar. Isso claramente vai despertar o interesse e a curiosidade da imprensa, das pessoas, mas de repente a gente está vivendo uma eleição tão absurda que a inovação, o ineditismo e a criatividade que estamos propondo se perde”, destacou.
Apesar dos desafios, o candidato a vereador afirmou ser “inevitável” a presença da Inteligência Artificial dentro da política, ao propor uma construção parlamentar entre homem e máquina. Em 2016, Pedro Markun já era ligado ao trabalho tecnológico e chegou a se candidatar ao Executivo municipal, mas na época ele não era integrante de uma candidatura híbrida e não contava com os mesmos impactos que a IA possui atualmente na estrutura social.
“Por um lado, está sendo difícil se conectar com as pessoas e, por outro, nós estamos trilhando esse caminho, construindo com muita seriedade, reflexão e consistência de um caminho inevitável, que é a incorporação da Inteligência Artificial da política. Então, isso é muito interessante, ver a reação das pessoas, ouvir percepções diferentes dessa relação entre homem e máquina que a gente está propondo para a política”, complementou.
Lex
Ao Portal M!, Pedro da IA explicou melhor a ideia de implementar a Lex e, progressivamente, espalhar a Inteligência Artificial na participação política dentro das Câmaras Municipais. Porém, segundo ele, essa prática deve ser feita com responsabilidade, pelo fato de a tecnologia ainda estar em desenvolvimento.
“A Lex é um modelo e uma tecnologia livre, é um software público, a ideia é que ela possa de fato ser replicada. E se você sobe uma Lex, você sobe dez, você sobe 70 mil pelo Brasil afora, em todas as Câmaras Municipais, para que cada vereador possa ter essa tecnologia como uma aliada nessa candidatura híbrida. Isso precisa ser feito de maneira progressiva, porque estamos desenvolvendo a tecnologia. Então, por isso que eu decidi não compartilhar a Lex com candidatos de outros municípios, por ser uma ferramenta em desenvolvimento e eu sou o responsável para garantir que ela funcione bem”, pontuou.
Do mesmo modo, o candidato da Rede Sustentabilidade frisou a pretensão de melhorar a capacidade de entrega, ouvir as demandas da população e promover a transparência dos vereadores com a sociedade. Markun também enxerga um amplo potencial no uso da IA para, em conjunto com o cérebro humano, para melhorar a cidade de São Paulo.
“A gente está propondo fazer de São Paulo esse laboratório para desenhar a relação entre a inteligência humana e a Inteligência Artificial no fazer da política, e a partir dos nossos aprendizados disponibilizar essa tecnologia, para que outras cidades e órgãos possam usar. A ideia é melhorar a capacidade de entrega, a escuta de participação, ciência e transparência de vereadores Brasil afora. Porque a tecnologia tem um amplo potencial, mas como a gente precisa fazer isso com muita responsabilidade, eu estou me colocando como o indivíduo candidato responsável por esse desenvolvimento”, enfatizou.
Conversa On
Em entrevista ao Conversa On do Portal M!, o jornalista e estudioso da IA, Paulo Markun, que é pai de Pedro da IA, defendeu a regulamentação da Inteligência Artificial nas campanhas eleitorais, em decorrência da frequente disseminação de informações falsas que são divulgadas por meio da tecnologia. Diante deste cenário, o primeiro político a propor a candidatura híbrida no Brasil também reforçou os problemas da IA, mas disse que a partir do uso responsável é possível incorporar a inovação no ambiente político.
“Tem muitos problemas que a gente sabe que a Inteligência Artificial acarreta, como alucinação, viés, desinformação, e para poder mitigar isso, a ideia é experimentar com responsabilidade e pessoas que entendem dessa tecnologia, para depois abrir isso para que outros vereadores, que não necessariamente dominam esses sistemas, possam incorporar isso nos seus mandatos”, concluiu.
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