Eleição em SP: com cadeiras presas ao chão, debate RedeTV!/UOL é marcado por gritaria e direitos de resposta

O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela RedeTV! e pelo UOL, nesta terça-feira (17), foi cercado de uma grande expectativa. Afinal, o encontro aconteceu apenas dois dias após a fatídica agressão a Pablo Marçal (PRTB), vítima de uma cadeirada desferida pelo apresentador José Luiz Datena (PSDB) durante debate da TV Cultura. Foi a primeira vez que os adversários se encontraram desde o ocorrido.

A organização do evento, inclusive, providenciou que as cadeiras de cada candidato fossem aparafusadas ao chão para evitar que voltem a ser usadas como armas. Mais de 30 seguranças foram posicionados ao longo do palco, onde o clima foi tenso desde a chegada dos postulantes à cadeira do Edifício Matarazzo.

Mesmo antes do início do programa, Pablo Marçal tumultuou o ambiente ao hostilizar o jornalista Diego Sarza, do UOL. Ele também se recusou a beber a água oferecida pela produção da RedeTV! – a assessoria do empresário alegou temer que veneno fosse injetado no líquido.

Logo no primeiro bloco, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Marçal iniciaram uma gritaria generalizada depois que o empresário afirmou que colocaria Nunes na cadeia por “receber dinheiro de creche”, se referindo a um suposto envolvimento do prefeito em um esquema de desvio de verbas. Neste momento, ambos foram formalmente advertidos por Amanda Klein, mediadora que também teve de elevar o tom para se impor. “Ordem agora! Eu vou interromper esse debate!”, disse.

Sem citar nenhum tipo de prova, Marina Helena (Novo) surpreendeu ao insinuar que Tabata Amaral (PSB) usaria, de forma indevida, jatos particulares para visitar seu namorado, João Campos (PSB), prefeito de Recife. “Pode ter certeza que você vai receber um processo”, disse Tabata.

A partir daí, começou uma infindável onda de pedidos de direito de resposta especialmente de Ricardo Nunes, Pablo Marçal, Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena – coisa que atrapalhou uma dinâmica que, apesar de controlada, mais uma vez relegou propostas de governo a um segundo plano. A 19 dias do primeiro turno das eleições, o programa não ofereceu nada de muito diferente do que a população já viu e ouviu até aqui.

*Matheus Pastori, colaboração de São Paulo para o Portal M!

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