O cantor Adelmário Coelho falou, nesta sexta-feira (11), sobre os preparativos para o São João, os 30 anos de carreira e a importância da cultura nordestina em entrevista concedida aos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M!, durante o programa De Olho na Bahia, na Rádio Mix Salvador (104.3 FM). Na ocasião, o artista destacou o compromisso com a valorização do forró tradicional, que marca sua trajetória musical desde o início.

Menos de 2 meses para São João

Com cerca de apenas 2 meses para o período junino, Adelmário revelou que já está com o planejamento em andamento e que a expectativa para os shows é alta. Segundo ele, o período pós-Carnaval marca uma virada de chave, tanto para o público quanto para os artistas.

“Embora a gente não queira dizer que a cultura forrozeira é sazonal, e é uma luta nossa para quebrarmos, mas quando passa o Carnaval, você vira a chave. Você vê os jovens, você vê a galera: ‘chegou o melhor momento’. Há pesquisa aqui na Bahia, que a preferência desse público é maior pelo São João, a gente fica feliz pra caramba, e graças a Deus já tá tudo arrumado”, afirmou.

Conforme o forrozeiro, o momento é de qualificação do repertório e de alinhamento do planejamento para realizar uma “entrega bacana” para os contratantes. “Os prefeitos, os produtores, e levar qualidade e o que for melhor para esse público que fica nessa expectativa. É uma festa que mobiliza todo mundo com certeza”, pontuou.

Trinta anos de estrada e a mesma energia de sempre

Com mais de três décadas de carreira, Adelmário Coelho mantém uma rotina intensa e disciplinada para dar conta da agenda repleta de shows e compromissos. O segredo? Segundo ele, saúde física, mental e espiritual.

“Tem uma frase de um cara que eu guardo assim, sabe? E pra mim ela é muito inspiradora, Abílio Diniz. Que dizia: ‘Envelhecer você vai, amigo, você não tem saída na sua vida. Agora, com qualidade, você é quem decide!’. Eu acredito nisso, eu acredito que, se você investe hoje numa atividade física, numa alimentação saudável, vai colher esse resultado de uma forma muito positiva lá na frente”, explicou.

Com esse pensamento, o artista ressaltou que nem mesmo a agenda cheia é capaz de mudar sua rotina de cuidados com a saúde. “Eu não abro mão para nada, a não ser que seja aquela emergência, que você vai deixar de fazer a malhação de segunda a sexta e sábado. Se não tiver em show, na casa de praia, estou correndo na praia, estou fazendo alguma coisa. Tem que se cuidar. Eu sou saudável, graças à bênção de Deus e Santa Lúcia”, destacou.

Força do forró e manutenção da tradição junina

Ao falar sobre a resistência do forró e a luta dos artistas para manter viva a tradição do ritmo, Adelmário fez questão de homenagear nomes históricos e reforçar a grandiosidade das festas juninas.

“Eu vejo com muita alegria, isso é um time grandioso de defensores, de janeiro a janeiro, está ali na batalha, não é coisa simples, viu? […] A minha Bahia é um exemplo, porque é o maior São João do Nordeste e são números, né? […] Trezentas e poucas cidades fazendo festa, falta forrozeiro nessa época”, afirmou.

Com uma agenda que se estende durante todo o mês de junho, o cantor comemorou a confiança dos contratantes e reforçou o papel do público no reconhecimento ao seu trabalho. “Isso se alinha desde novembro, dezembro, janeiro, essas datas principais já ficam [reservadas]. Eu agradeço a confiança de quem contrata, mas sei que se respalda do meu público. Ninguém contrataria alguém se não tivesse, evidentemente, essas pessoas que lhe aplaudem”, pontuou.

Adelmário relembra momento marcante

Durante a entrevista, o cantor também relembrou de momentos marcantes da carreira e falou sobre o carinho do público por músicas que se tornaram clássicos. Entre os momentos, Adelmário relembrou de um episódio envolvendo um carregamento do seu CD Não fale mal do meu país, de 1995.

“Quando houve um incidente ali na região de Porto Seguro, Eunápolis, do tombamento da carreta, três mil cópias do meu CD. Uma senhora ia passando ali, pegou os CDs no chão, e sabe onde é que ela foi entregar? Na rádio Porto FM, de Porto Seguro”, lembrou.