A capital baiana recebeu, na quarta-feira (9), uma comitiva do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para discutir projetos de requalificação e captação de investimentos no Centro Histórico. A visita integra uma ação da Prefeitura de Salvador voltada à valorização da região como espaço de integração entre cultura, turismo e identidade local, com foco em torná-la mais acessível a moradores e visitantes.

Entre as propostas apresentadas, está a transformação da área da Barroquinha em um terminal turístico. A ideia é criar um ponto de parada para ônibus de turismo, de onde os visitantes poderão iniciar o percurso pela Rua do Couro, com acesso a equipamentos culturais mantidos pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e pela Fundação Gregório de Mattos (FGM).

A vice-prefeita e titular da Secult, Ana Paula Matos, e o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, recepcionaram a comitiva na escadaria principal da Rua do Couro. O grupo acompanhou apresentações culturais no Espaço Cultural da Barroquinha e encerrou o roteiro com um jantar no Café Nilda Spencer, no Espaço Couro Comeu Bistrô.

Cultura, identidade e afroempreendedorismo

Durante a visita, Ana Paula Matos destacou a importância de valorizar o Centro Histórico como espaço cultural e de identidade.

“A gente está com a missão de valorizar o Centro Histórico, mas também de exaltar a força da nossa identidade e da nossa cultura. Esse espaço, por exemplo, que chamamos de Quarteirão das Artes, já é um lugar onde a arte e a cultura acontecem, mas ele precisa de melhorias, especialmente aqui na Rua do Couro, onde já temos ações promovidas pelo nosso próprio grupo”, afirmou.

A vice-prefeita também ressaltou o simbolismo da Igreja da Barroquinha, apontada como marco do primeiro candomblé da Bahia. Ela reforçou o vínculo entre cultura afro-brasileira, afroempreendedorismo e o projeto Salvador Capital Afro.

“Essa visita vai mostrar o que pensamos para este local, o que já existe, e também um filme que vai ajudar a comitiva do BID a se encantar com o projeto, para que a gente possa ampliar ainda mais os investimentos”, concluiu.

Já o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, enfatizou o papel estratégico da região como nova entrada do Centro Histórico. “A proposta da visita dessa comitiva do BID é justamente mostrar o potencial desse quarteirão como porta de entrada para o Centro Histórico. A gente já tem aqui uma série de equipamentos culturais — dois teatros, uma galeria, o pátio e o café, que faz parte da rede Boca de Brasa da Fundação”, afirmou.

Ruas culturais e novos espaços de encontro

A proposta inclui ainda a requalificação da Rua do Couro como rua cultural, com infraestrutura voltada para bares, lojas e pontos de encontro. A intenção é criar um ambiente que promova a convivência, o consumo cultural e o fortalecimento da economia criativa.

“Essa é a proposta que estamos apresentando”, finalizou Fernando Guerreiro, reforçando o potencial do projeto para dinamizar a área central da cidade com base em ações já existentes e estruturadas.

A visita da comitiva do BID integra uma agenda de articulações da Prefeitura de Salvador voltada à captação de recursos e à promoção do Centro Histórico como polo de valorização cultural, inclusão econômica e atração turística.