X dribla bloqueio judicial e volta a funcionar no Brasil com nova tecnologia

Usuários brasileiros voltaram a acessar a rede social X nesta quarta-feira (18), desafiando a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio da plataforma. A alteração nos servidores do X, que agora utiliza uma nova tecnologia, está criando obstáculos para que os provedores de internet executem a ordem de restrição. A informação é do jornal O Globo.

A rede social de Elon Musk adotou um serviço de proteção que, segundo os provedores, dificulta a implementação do bloqueio. Um dos serviços contratados pela plataforma foi o Cloudflare, que também presta serviços para grandes empresas no Brasil, como bancos. Esse serviço distribui o tráfego por novas rotas, tornando mais complexo o processo de restrição de acesso, mesmo com a ordem judicial em vigor.

Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), explica que a mudança tecnológica no X impede o uso de seus antigos IPs, agora redirecionados para a Cloudflare. “Eles fizeram uma modificação para tornar o bloqueio muito mais difícil”, disse. Ele ainda ressalta que “os provedores não têm o que fazer” e aguardam uma definição oficial de como proceder.

Complexidade

A tecnologia utilizada pela rede social, conhecida como proxy reverso, oferece uma barreira adicional para os provedores. Segundo Pedro Diógenes, diretor técnico para a América Latina na CLM, esse tipo de tecnologia serve como um intermediário entre os usuários e o servidor original, mascarando o IP real do servidor. “Ele melhora a segurança e a velocidade do site, além de proteger a infraestrutura sem impactar a experiência dos usuários”, explicou.

Desde que as operadoras de internet identificaram a mudança, entraram em contato com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para definir como proceder diante do novo cenário. O uso do proxy reverso dificulta o bloqueio sem comprometer outros serviços legítimos que também utilizam a Cloudflare, como serviços bancários e plataformas essenciais.

Resposta

O STF, por sua vez, atribuiu o retorno da rede social à “instabilidade no bloqueio da plataforma”, e ainda está analisando postagens feitas por alguns usuários após a suspensão ter sido decretada. Já a Anatel afirmou que está verificando os relatos e que, até o momento, não houve qualquer alteração na decisão judicial que determinou o bloqueio do X no Brasil.

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