Ministro da Agricultura critica Carrefour e acusa ação orquestrada contra Mercosul
Rede de supermercado suspendeu a comercialização de carnes provenientes dos países do Mercosul

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reagiu duramente à decisão do Carrefour de suspender a comercialização de carnes provenientes dos países do Mercosul. Para o ministro, a medida parece ser parte de uma estratégia coordenada para enfraquecer o bloco Sul-americano e, em especial, a produção brasileira.
“Me parece uma ação orquestrada de companhias francesas”, declarou Fávaro a jornalistas nesta última quarta-feira (20), após um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, em Brasília.
O Carrefour anunciou que não venderá mais carnes originárias do Mercosul – bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – alegando preocupações com padrões de produção e sustentabilidade. O CEO da empresa, Alexandre Bompard, justificou a decisão como uma resposta ao “desânimo e indignação” de agricultores franceses, que têm protestado contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Segundo Bompard, o pacto traria o “risco de a produção de carne que não cumpre com seus requisitos e padrões se espalhar pelo mercado francês”. A declaração foi feita em comunicado divulgado nas redes sociais da empresa, dirigido ao presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), Arnaud Rousseau.
Os protestos, organizados pela FNSEA e pelos Jovens Agricultores (JA), tiveram início na segunda-feira (18), com bloqueios de rodovias e queima de objetos. Os agricultores franceses pedem que o presidente Emmanuel Macron utilize o veto da França caso o acordo Mercosul-União Europeia avance. Ele é visto como o principal opositor à ratificação do pacto, enquanto países como Alemanha e Espanha pressionam por uma conclusão até o fim deste ano.
Carlos Fávaro criticou não apenas a decisão do Carrefour, mas também o uso de argumentos que, segundo ele, desrespeitam a produção brasileira. “De forma a ferir a soberania brasileira, desrespeitando nossa produção, que é sustentável”, afirmou.
Para o ministro, as ações recentes de empresas como o Carrefour e a Danone, que anunciou ter suspendido a compra de soja brasileira em favor de fornecedores asiáticos, evidenciam um padrão de comportamento voltado a minar a imagem do agronegócio nacional. “Não faz sentido achar que é coincidência”, disse Fávaro.
O ministro também destacou a excelência e sustentabilidade da agropecuária brasileira, afirmando que seria mais legítimo que a França se posicionasse diretamente contra o acordo, sem atacar a produção do Mercosul. “Não precisava ficar procurando pretexto naquilo que não existe na produção sustentável e exemplar brasileira. Eu seria o último das pessoas a apontar qualquer defeito na produção francesa, mas fico indignado quando eles querem fazer isso com o Brasil”, completou.
Mapa
Além das declarações de Fávaro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também divulgou uma nota oficial rechaçando as declarações de Alexandre Bompard. “O Mapa lamenta tal postura que, por questões protecionistas, influenciam negativamente o entendimento de consumidores sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações”.
A nota destacou ainda o rigor do sistema de defesa agropecuária nacional, que segue padrões exigidos pelos principais mercados globais, incluindo a União Europeia. “O que garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a União Europeia que compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade e sanidade das carnes produzidas no Brasil há mais de 40 anos”, pontuou.
O comunicado de Bompard também trazia a expectativa de que a decisão do Carrefour influencie outras empresas do setor agroalimentar, especialmente as do segmento de catering, responsável por mais de 30% do consumo de carne na França. Apesar disso, o Grupo Carrefour Brasil informou que a decisão não impacta suas operações no país.
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