Moraes diz Daniel Silveira mentiu e omitiu informações durante audiência e mantém prisão
Ex-deputado violou regras de liberdade condicional e omitiu informações em audiência

Em despacho emitido nesta terça-feira (24), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, manteve a prisão do ex-deputado federal Daniel Silveira. O parlamentar foi detido novamente após cumprir apenas quatro dias de liberdade condicional. Moraes afirmou que Silveira mentiu e omitiu informações sobre seu deslocamento no fim de semana, violando as condições impostas pela justiça.
No despacho, o ministro destacou que Silveira teve a oportunidade de explicar as razões para o descumprimento das condições judiciais durante a audiência de custódia realizada às 11h, mas optou por não revelar seu real deslocamento. Além disso, o ex-deputado omitiu o fato de ter permanecido em dois endereços diferentes, incluindo um imóvel em Petrópolis, onde reside.
Moraes fala em “desrespeito à Justiça”
De acordo com o despacho assinado por Moraes, o ex-deputado “preferiu manter a versão mentirosa em desrespeito à Justiça”. “Dessa maneira, fica patente que o sentenciado tão somente utilizou sua ida ao hospital como verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito as condições judiciais obrigatórias para manutenção de seu livramento condicional”, diz o despacho de Moraes.
O ministro reforçou que Silveira utilizou sua ida ao hospital como um álibi para justificar a quebra das medidas impostas para a manutenção de sua liberdade condicional.
A prisão foi determinada após a constatação de que Daniel Silveira deixou de cumprir o recolhimento domiciliar noturno, retornando para casa somente às 2h10 do domingo (22), mesmo após receber alta médica por volta de meia-noite e meia. Segundo o sistema de monitoramento da tornozeleira eletrônica, o trajeto entre o Hospital Santa Teresa e a residência de Silveira, que poderia ser feito em até 30 minutos, levou quase duas horas.
Trajeto questionável e justificativas da defesa
A defesa do ex-deputado, representada pelo advogado Michael Robert Silva Pinheiro, argumenta que, após ser liberado pelos médicos, Silveira permaneceu em observação por cerca de uma hora devido a uma taxa elevada em um exame, o que teria motivado a recomendação de acompanhamento com um especialista em rins.
A documentação médica comprova que Silveira foi atendido no Hospital Santa Teresa com queixas de “dor lombar irradiando para o flanco (laterais do abdômen) e histórico de insuficiência renal”. Foram realizados exames de sangue e urina, com coleta registrada às 23h42.
Apesar dessas alegações, Moraes destacou que, após deixar o hospital, Silveira dirigiu-se a um condomínio e retornou ao mesmo local antes de finalmente seguir para casa. “Consta ainda, que saindo do Hospital, Daniel Silveira dirigiu-se novamente ao Condomínio Granja Santa Lucia, tendo permanecido naquele local até as 01h54min do dia 22/12/24, quando só então retornou à sua residência, chegando no horário das 2h16min do dia 22”, diz trecho do despacho.
A defesa alega que o condomínio mencionado é o local onde atualmente reside a esposa de Silveira.
Medidas cautelares descumpridas por Daniel Silveira
Ao conceder liberdade condicional ao ex-parlamentar, Alexandre de Moraes impôs uma série de medidas cautelares que incluíam monitoramento por tornozeleira eletrônica, proibição do uso de redes sociais, recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana (das 22h às 6h), além de apresentação semanal no fórum e comprovação de trabalho.
Também estavam entre as exigências a proibição de contato com investigados no inquérito do golpe, porte de arma de fogo, frequência em clubes de tiro e a concessão de entrevistas sem autorização judicial.
Com o descumprimento dessas condições, Moraes determinou “o imediato retorno do cumprimento do restante da pena privativa de liberdade em regime fechado, em Bangu 8”.
Condenação anterior e progressão de regime
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, incluindo a destituição de ministros do tribunal e o retorno à ditadura militar.
O ex-parlamentar obteve liberdade condicional após cumprir um terço da pena e pagar a multa estipulada na sentença, atendendo aos requisitos exigidos pela Lei de Execuções Penais para progressão de regime.
Mais Lidas
Política
João Roma reforça pauta de anistia em ato com Bolsonaro na Avenida Paulista
Últimas Notícias

Campanha nacional de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira; Confira as prioridades
Campanha nacional de vacinação contra a gripe começa dia 7/04. Prioridade para crianças, idosos, gestantes e outros grupos de risco

Mais de 50 países buscam negociar tarifas com os EUA, afirmam conselheiros de Trump
Mais de 50 países buscam negociar tarifas com os EUA, enquanto Trump mantém sua postura sobre mudanças no comércio global.

Eridan de Bonifácio é eleita prefeita de Ruy Barbosa após eleição suplementar
Vereadora é eleita prefeita de Ruy Barbosa após vencer a eleição suplementar com 51,57% dos votos válidos

Preta Gil desmente viagem ao exterior e segue tratamento contra câncer em São Paulo
Artista compartilhou momento da viagem nas redes sociais e apareceu ao lado da irmã e de uma amiga

Papa Francisco saúda fiéis no Vaticano após 38 dias hospitalizado
Após internação, Papa Francisco surge em público no Jubileu dos Enfermos

Carro invade supermercado na Pituba e deixa funcionária ferida em Salvador
Motorista perdeu controle no estacionamento e atingiu caixa do estabelecimento; caso ocorreu na tarde de sábado (5)

João Roma reforça pauta de anistia em ato com Bolsonaro na Avenida Paulista
Presidente do PL na Bahia e bolsonaristas baianos participam da manifestação em São Paulo neste domingo

Gilberto Gil e Anitta emocionam público no Rio em show da turnê de despedida
Cantor recebeu Anitta no palco e cantou “Aquele Abraço” diante de uma plateia repleta de celebridades na Farmasi Arena

Bahia tenta aproveitar pressão sobre o Santos para surpreender na Vila Belmiro
Equipe paulista quer se recuperar após derrota na estreia contra o Vasco, enquanto tricolor busca primeiro triunfo no Brasileirão

Gleisi Hoffmann sai em defesa de Janja após AGU definir regras para viagens e funções da primeira-dama
Texto afirma que papel do cônjuge não deve ser remunerado e deve haver prestação de contas dos recursos públicos