Depois de vetar candidatura de Michelle ao Planalto, Bolsonaro muda discurso e impõe condição para apoiar mulher

Após vetar a candidatura da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta quinta-feira (23), que considera viável a candidatura de sua esposa à Presidência da República em 2026. Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro afirmou “não ter problemas” com a ideia, desde que uma condição específica seja atendida: ele deseja ser nomeado ministro da Casa Civil caso Michelle vença a disputa.

“Vi na pesquisa do Paraná Pesquisas que ela está na margem de erro do Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela. Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”, afirmou.

Relembre negativa de Bolsonaro

A negativa do ex-presidente Jair Bolsonaro ao nome da ex-primeira-dama na disputa presidencial ocorreu em entrevista ao Portal M!, durante visita a Salvador para o Encontro do PL Mulher na Bahia, em março de 2024. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que Michelle poderia disputar uma vaga para o Senado pelo Distrito Federal.

“Michelle não fala em política. Ela convida as mulheres para participar das reuniões municipais e daqui há dois anos ela, possivelmente, dispute uma vaga para o Senado pelo Distrito Federal”, disse o ex-presidente.

Ele ainda ressaltou que essa era a vontade de Michelle. “Está de bom tamanho, essa é a vontade dela, na política temos que começar devagar”, complementou.

Relembre a fala na íntegra:

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Outros nomes cotados para a Presidência por Bolsonaro

Além de Michelle, Bolsonaro mencionou outros possíveis candidatos. Entre eles, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecido como “03”. Ele elogiou o filho, destacando sua capacidade de articulação política e afirmando que Eduardo está preparado para concorrer ao cargo.

O ex-presidente também comentou sobre o cantor sertanejo Gusttavo Lima, que já manifestou interesse em disputar a Presidência. Bolsonaro sugeriu que Lima considere concorrer ao Senado para ganhar experiência política antes de buscar o comando do país. “Ele tem idade e popularidade, mas, o resto, a gente não conhece. É um excelente nome para o Senado, mas, para a presidência, não sei se está maduro ainda”, disse.

Bolsonaro critica cenário político para 2026

Inelegível até 2030, Bolsonaro afirmou que deseja retornar à Presidência e classificou as eleições de 2026 como críticas para o futuro do Brasil. “Sem a minha presença, é uma eleição parecida com a da Venezuela, onde a María Corina [Machado] e o [Henrique] Capriles foram tornados inelegíveis por 15 anos. Qual é a acusação? Atos antidemocráticos. Quais foram os atos antidemocráticos? Ocupar um carro de som e criticar o Maduro”, afirmou.

Avaliação de possíveis candidatos por Bolsonaro

Bolsonaro também fez comentários sobre políticos que podem disputar a Presidência em 2026, incluindo governadores e empresários. Confira abaixo suas avaliações:

Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo:

Atual governador de São Paulo, foi descrito como um “excelente gestor”. No entanto, Bolsonaro destacou a importância de ouvir o povo para avaliar se ele está preparado para liderar a direita.

Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás:

Governador de Goiás, foi elogiado por sua popularidade no estado, mas Bolsonaro pontuou que Caiado não possui ampla aceitação fora de Goiás. “Ele é muito bem avaliado lá [Goiás], mas não sai de lá… qualquer saída fora dele, não tem aceitação, não tem nome”, disse.

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais:

Governador de Minas Gerais, foi citado como um “bom administrador”, mas, segundo Bolsonaro, ainda é mais relevante dentro do estado de Minas Gerais. É um “bom administrador”, mas é “mais em Minas Gerais ainda”.

Pablo Marçal (PRTB), empresário:

Empresário, foi descrito como alguém com “potencial”, embora precise controlar melhor suas ações: “Tem potencial”, mas “precisa se controlar”.

Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná:

Bolsonaro afirmou que mantém uma boa relação com ele e o vê como um possível nome da direita e um gestor competente. “Me dou muito bem com ele, pode ser um nome, pode ser um nome para a direita, um bom gestor também, mas digo, eu não trato desse assunto com ninguém”, afirmou Bolsonaro.