Osid promove cuidado humanitário e saúde gratuita na Bahia há 65 anos
Origem da instituição foi em um galinheiro próximo ao Convento Santo Antônio, com capacidade para 70 pacientes
Com o objetivo de atender a população em situação de vulnerabilidade social, oferecendo serviços gratuitos de saúde, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) foram fundadas em 26 de maio de 1959 por Irmã Dulce, hoje Santa Dulce dos Pobres, em Salvador.
A instituição surgiu a partir de uma iniciativa pessoal da religiosa, que passou mais de uma década em busca de um local para abrigar os doentes e pobres. A organização começou em um galinheiro, próximo ao Convento Santo Antônio, com capacidade para 70 pacientes.
Hoje, este espaço simbólico ainda existe como referência à sua fundadora e ao início da instituição. Entretanto, a Osid ampliou significativamente suas instalações e acolhe mais de três milhões de pessoas anualmente na Bahia, realizando 5,6 milhões de procedimentos ambulatoriais, além de oferecer 1,2 milhões de refeições aos pacientes a cada ano.
A Osid também realiza 49 mil internamentos por ano, sendo um dos maiores complexos de saúde 100% gratuito no Brasil. A instituição atende diversos grupos vulneráveis, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em risco social, além de pessoas em situação de rua e dependentes químicos.
Ao todo, a instituição possui 21 núcleos de atendimento à população de baixa renda. Dentre eles, destacam-se o Hospital Santo Antônio, o Centro Geriátrico, o Hospital da Criança, e a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia.
Além dos serviços de saúde, a Osid também se dedica à educação. Em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, a instituição mantém o Centro Educacional Santo Antônio, que oferece ensino em tempo integral para 940 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, em parceria com as secretarias de Educação do estado e do município.
A líder da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) da Osid, Vivyana Passos, é uma das responsáveis pela operação da unidade. Com 17 anos de dedicação à Osid e sete à frente da Unacon, Vivyana é uma farmacêutica que destaca a importância do fator humano no tratamento oncológico. Ela ressalta que, além dos aspectos clínicos, o apoio emocional e o carinho são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes.
“Na oncologia, é inconcebível o tratamento em si sem o fator humano e sem o afeto, o amar e servir. Particularmente, os pacientes e suas famílias, no primeiro momento do diagnóstico oncológico, eles chegam numa situação muito delicada, que precisa que a equipe tenha o preparo mesmo, emocional, empático, que faça com que eles se sintam seguros, acolhidos e amados”, disse ao Portal M!.
Ela enfatiza que o tratamento oncológico na Osid é integral e abrange desde o diagnóstico até as abordagens clínicas e cirúrgicas. A unidade oferece quimioterapia, radioterapia e leitos de internamento para casos mais graves. Também há uma unidade de pronto-atendimento para pacientes oncológicos que necessitam de acompanhamento constante.
“A gente tem que acompanhar, pegar na mão mesmo desse doente, desde o momento do diagnóstico até o tratamento clínico ou cirúrgico. O tratamento clínico envolve a quimioterapia e a radioterapia, em alguns casos, a gente ainda tem os leitos de internamento, que é uma retaguarda desse tratamento ambulatorial que a gente tem. Então, se o paciente tiver qualquer necessidade, ele tem o leito pra se internar e tratar aquela intercorrência. A gente ainda tem um pronto-atendimento para esse paciente oncológico”, detalhou.
Pinúcia, uma paciente de 59 anos, é um exemplo de quem se beneficia desse atendimento. Ela está em tratamento há oito anos e atualmente faz quimioterapia pela quarta vez, enfrentando um câncer em metástase no fígado. Ao Portal M!, ela compartilhou sua experiência e destacou a importância do apoio da família e do profissionalismo dos médicos da Osid, que a encorajam a continuar o tratamento.
“A gente passa por alguns processos de quimioterapia, mas eu estou continuando, não desisto. Vou lutar enquanto for possível. A minha família está sempre comigo, minhas filhas estão sempre comigo, me dando força para que eu não desista. Outra coisa boa também é que eu tenho um médico maravilhoso e ele sempre me encoraja na questão de que, enquanto tiver possibilidade de um tratamento, com certeza eu estarei fazendo. Não vou desistir”, contou emocionada, ao lado da filha.
A história de Pinúcia ilustra o impacto positivo que a Osid tem na vida de muitos pacientes, proporcionando não apenas cuidados médicos de qualidade, mas também suporte emocional e social. A instituição segue cumprindo o legado de sua fundadora, Santa Dulce, que dedicou sua vida ao cuidado dos mais necessitados, especialmente os doentes e marginalizados pela sociedade.
Você também pode ajudar
Para manter viva esta obra grande e com tantos braços, a instituição conta com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de convênios com organismos estatais, além de doações e arrecadações através da venda de produtos. Dentro do complexo localizado no Largo de Roma, na Cidade Baixa, em Salvador, existe uma panificadora, um café e uma loja de souvenirs da Santa Dulce dos Pobres. Todo o lucro das vendas obtido nesses espaços é revertido para a manutenção das obras.
O Memorial Santa Dulce dos Pobres, também instalado no local, não cobra dos seus visitantes um valor de entrada, mas abre espaço para que eles doem a quantia que desejarem. A atração funciona como um museu no qual a história da primeira santa brasileira é detalhada. Além de objetos que pertenceram a ela, o acervo também aborda fatos inusitados sobre a trajetória de Dulce.
Para doar, acesse este site e conheça as várias formas e contribuição para a manutenção desse trabalho de amor, força e fé.
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