Superintendente da PRF diz que ação em que jovem foi baleada é ‘mais um evento traumático’

Uma ação de patrulhamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, resultou em uma jovem de 26 anos baleada na cabeça, na noite de terça-feira (24). O incidente ocorreu enquanto a família da vítima seguia para uma festa de Natal. A jovem, Juliana Leite Rangel, foi gravemente ferida e segue internada em estado crítico no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), sendo levada ao local pela própria PRF.

Ao comentar o caso, o superintendente geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, afirmou se tratar de “mais um evento traumático”, destacando a seriedade do incidente. A ação de patrulhamento envolveu três agentes, dois homens e uma mulher, que estavam armados com dois fuzis e uma pistola automática. Estes agentes, que geralmente desempenham funções administrativas, estavam em patrulhamento devido ao plantão de fim de ano.

De acordo com o superintendente da PRF no Rio, Vitor Almada, os policiais alegaram que dispararam contra o carro da família por um “grave equívoco”. Eles relataram ter ouvido disparos e acreditaram que os tiros tinham partido do veículo.

PRF abre procedimento interno e afasta agentes envolvidos

A PRF imediatamente afastou os agentes envolvidos no disparo e iniciou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. O incidente coincidiu com a publicação de um decreto pelo governo federal, regulamentando o uso da força policial em todo o País. O decreto estabelece que o uso de arma de fogo deve ser uma medida de último recurso.

Em resposta ao caso, o superintendente Antônio Fernando Oliveira destacou as ações que a PRF tem implementado para evitar tais incidentes. “Temos feito esforços e adotado procedimentos para mudar a forma de atuação da polícia e o efetivo tem se esmerado nesses esforços, como mostram os nossos números”, afirmou Oliveira em entrevista à TV Globonews. “Mas, infelizmente, tenho que voltar aqui hoje para falar sobre mais um evento traumático.”

Criação de Comissão de Direitos Humanos na PRF

Oliveira também mencionou a criação de uma comissão de direitos humanos dentro da PRF e os treinamentos contínuos oferecidos aos agentes para aprimorar a atuação policial, especialmente no combate ao crime. Ele afirmou que essas medidas têm sido bem recebidas pelo efetivo, e garantiu que não há relação entre o incidente e o decreto federal.

Em entrevista à TV Globo, familiares de Juliana relataram que, durante o trajeto para a festa de Natal, a família ouviu a sirene da PRF e trocou de faixa para dar passagem ao carro da patrulha. Em seguida, o veículo foi atingido por vários disparos. O pai de Juliana, que dirigia o carro, também foi baleado na mão.

Ações da PRF após o incidente

Em nota oficial, a PRF informou que a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal em Brasília determinou a abertura de um procedimento interno para investigar o ocorrido. A polícia também afirmou que os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

“A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”, dizia a nota. A PRF também ressaltou que está colaborando com a Polícia Federal nas investigações do caso.