Representatividade feminina avança na Bahia com ação inédita da Associação dos Defensores Públicos

A Associação das Defensoras e Defensores Públicos da Bahia (Adep-BA) iniciou um novo momento institucional com a criação da Comissão de Defesa das Mulheres e de Proteção à Maternidade. A iniciativa foi oficialmente lançada na última segunda-feira (31), durante o evento “mulheres em espaço de poder: autonomia, afeto e resistência”, voltado exclusivamente às defensoras públicas do Estado. O encontro também simbolizou o início da gestão de Bethânia Ferreira na presidência da entidade.

Espaço coletivo para igualdade e acolhimento

Com foco no fortalecimento da representatividade feminina dentro e fora da defensoria, Bethânia ressaltou a importância do novo espaço criado para acolher, ouvir e propor políticas voltadas às associadas. “Agora temos a certeza de que nós vamos ter uma comissão das mulheres no âmbito da associação e vamos conseguir trabalhar esses direitos com a participação também das nossas associadas. Tratamos da presença feminina nos espaços de poder e do respeito às mulheres no nosso trabalho. Além do lançamento da comissão, esta foi uma reunião para defensoras públicas com a fala de defensoras públicas”, destacou.

A comissão de defesa das mulheres e de proteção à maternidade nasce com o objetivo de formular propostas que garantam a igualdade de gênero e fortaleçam os direitos das mulheres, em especial das mães que atuam na Defensoria Pública. O foco é criar um ambiente institucional mais inclusivo, seguro e sensível às realidades enfrentadas pelas profissionais.

Além da atuação interna na Adep-BA, o novo colegiado terá impacto direto na construção de políticas dentro da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), promovendo avanços estruturais com base na escuta ativa e na realidade das associadas.

Evento reúne defensoras e reforça protagonismo feminino

O evento de lançamento contou com a presença de figuras importantes da defensoria, como a defensora pública geral Camila Canário. Também participaram das discussões as defensoras Daniely Oliveira, Luana Ramalho — idealizadora dos “mamaços virtuais da defensoria da bahia” — e Jeniffer Rodrigues, presidenta da associação das mulheres defensoras públicas do brasil (Amdefa).

A programação foi promovida em parceria com a Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep) e teve como objetivo principal proporcionar um espaço de troca de experiências, escuta e fortalecimento das vozes femininas dentro da carreira pública.

Alinhamento com agenda global de direitos humanos

A comissão está em sintonia com os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente o que propõe a eliminação de todas as formas de violência contra mulheres e meninas, incluindo o tráfico, exploração sexual e outras práticas danosas, tanto no espaço público quanto privado.

Esse alinhamento fortalece o compromisso da Defensoria com a justiça social e amplia a sua capacidade de atuação em pautas que vão além do campo jurídico, alcançando também a esfera dos direitos humanos e da equidade de gênero.

Representatividade e políticas afirmativas como prioridade

A criação da comissão representa um avanço na luta por igualdade de oportunidades e respeito à diversidade dentro do sistema de justiça. Além de reconhecer as necessidades específicas das mulheres defensoras, o colegiado visa propor soluções que dialoguem com a realidade da maternidade, da sobrecarga de trabalho e da ausência histórica de políticas afirmativas no setor.

Com a iniciativa, a Adep-BA reforça seu papel de vanguarda na defesa de pautas estruturantes e sinaliza que a promoção da equidade será uma das prioridades da atual gestão.