Com bolsas de até R$ 2.100, governo federal lança programa ‘Mais Professores’
Iniciativa tem como foco principalmente a formação de novos professores e a melhoria das condições para aqueles já em atividade

O governo federal anunciou, nesta terça-feira (14), no Palácio do Planalto, o lançamento do programa Mais Professores para o Brasil, uma iniciativa voltada ao incentivo da carreira docente. O programa visa aumentar a adesão de jovens aos cursos de licenciatura e oferecer apoio aos profissionais da educação que já atuam no setor.
O presidente Lula (PT) havia destacado, em outubro de 2024, a preocupação com o enfraquecimento da profissão, mencionando que “ninguém quer ser professor” devido aos baixos salários e alta carga de trabalho.
O programa, inspirado no Mais Médicos, buscará atrair mais profissionais para a educação básica, especialmente para áreas de difícil acesso. A nova proposta consiste na criação de uma seleção nacional unificada, permitindo que estados e municípios contratem professores em início de carreira.
A medida modificará o sistema atual, no qual cada localidade organiza seu próprio concurso para contratação de docentes. A iniciativa tem como foco, principalmente a formação de novos professores e a melhoria das condições para aqueles já em atividade.
Incentivo a estudantes de licenciatura e professores
Além disso, o programa oferece incentivos a estudantes universitários que escolham cursos de licenciatura, como Pedagogia. O governo criará um sistema de bolsas, com valor de R$ 500 mensais, para alunos com nota mínima de 650 pontos no Enem.
A medida começará a valer em 2025 para os aprovados, com o objetivo de motivar jovens a seguir a carreira docente. Para fortalecer a profissão, o governo também planeja parcerias com bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica, para oferecer benefícios a professores, como vantagens em cartões de crédito.
Desinteresse pela carreira
A carreira docente tem se tornado cada vez menos atraente para os jovens, principalmente devido a baixos salários, falta de reconhecimento e condições de trabalho difíceis. Um estudo do Instituto Semesp, realizado no primeiro semestre de 2024, revelou que 80% dos professores da educação básica já consideraram abandonar a profissão.
Os dados refletem um cenário preocupante, em que a educação pública enfrenta um grande número de desafios, incluindo a falta de novos professores e a precarização do setor.
Nos últimos anos, o número de professores temporários nas redes estaduais de ensino tem superado os concursados. De acordo com um levantamento da organização Todos pela Educação, o número de docentes temporários cresceu 55% na última década, enquanto o de efetivos caiu 36%.
O aumento de professores temporários, que não têm estabilidade ou benefícios de carreira, evidencia uma fragilidade no sistema educacional. Além disso, o total de professores nas escolas públicas estaduais caiu 57 mil entre 2013 e 2023, evidenciando uma tendência negativa.
O desinteresse pela carreira docente também reflete na diminuição do número de alunos matriculados em cursos de licenciatura. Segundo o Instituto Semesp, a presença de jovens até 29 anos nos cursos de licenciatura caiu de 62,8% para 53% entre 2010 e 2020.
A diminuição do número de novos ingressantes aponta para uma possível escassez de profissionais qualificados para a educação, com o Semesp alertando para um déficit de até 235 mil professores até 2040, caso não haja mudanças estruturais no setor.
Essas transformações no cenário educacional aumentam o risco de um “apagão” de professores no Brasil. A falta de investimento na carreira e a escassez de novos profissionais para a educação básica podem levar a uma crise ainda mais grave no setor, afetando a qualidade do ensino em todo o país.
Incentivos
Para atrair novos professores, o governo criou o “Pé-de-Meia Licenciaturas”, que oferece apoio financeiro a estudantes com bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os participantes receberão R$ 1.050 mensais durante a graduação, sendo R$ 700 disponíveis imediatamente e R$ 350 depositados como poupança, que podem ser sacados quando o profissional ingressar em uma rede pública de ensino.
O programa Mais Professores surge, assim, como uma tentativa de reverter esse quadro e garantir que a educação brasileira possa se fortalecer no futuro, atendendo às necessidades da população.
Propostas para reverter a crise na educação
O programa Mais Professores não visa apenas atrair novos profissionais para a educação básica, mas também buscar soluções para a falta de reconhecimento e as dificuldades enfrentadas pelos docentes. Além das bolsas para universitários e incentivos a novos professores, a proposta do governo também inclui medidas para melhorar as condições de trabalho e valorizar a profissão. A expectativa é que o programa contribua para uma transformação positiva na educação pública do país.
O programa inclui parcerias com instituições financeiras, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, para oferecer benefícios exclusivos aos professores. Um cartão de crédito sem anuidade será disponibilizado, além de descontos de até 10% em diárias de hotéis, fruto de uma parceria com o Ministério do Turismo, permitindo aos docentes aproveitar vantagens durante feriados e grandes eventos.
O Ministério da Educação (MEC) também criou um portal com informações centralizadas sobre cursos de formação inicial, continuada e pós-graduação. A plataforma visa apoiar o desenvolvimento profissional dos professores, oferecendo acesso a uma ampla gama de cursos de capacitação, com foco no aprimoramento da qualidade do ensino.
Redação
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