Jornalista José Carlos Teixeira morre aos 76 anos após complicações de queda em Madre de Deus

O jornalista José Carlos Teixeira, de 76 anos, morreu nesta quinta-feira (10). Ele havia sofrido uma queda no último domingo (6) em Madre de Deus e faleceu em decorrência das complicações causadas por um trauma na cabeça. O local e horário do velório e da cerimônia de cremação ainda não foram divulgados.

Com uma carreira de 55 anos no jornalismo, José Carlos Teixeira se consolidou como um dos nomes mais importantes da imprensa baiana. Nascido em Ruy Barbosa, em 1947, José Carlos era o mais velho de cinco irmãos, filho de Horádia Teixeira, que criou a família sozinha. Passou sua infância e juventude em Feira de Santana, cidade que ele sempre considerou como base de sua formação.

Foi em uma biblioteca municipal que José Carlos Teixeira começou seu relacionamento com os livros, algo que marcaria sua vida. Envolveu-se com o teatro e com o movimento estudantil, tendo sido ativo na militância contra a ditadura militar no fim da década de 1960, onde dirigiu várias entidades culturais e estudantis.

Teixeira se formou em Estudos Sociais pela Universidade Estadual de Feira de Santana e iniciou sua trajetória como repórter em 1969. Ele foi um dos fundadores e primeiro editor-chefe do Feira Hoje, um dos mais influentes jornais do interior da Bahia. Durante esse período, casou-se com a professora Eliana Pitombo, com quem viveu por mais de 30 anos e teve dois filhos, Joanna e João Pedro.

Na capital baiana, José Carlos se formou em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia. Ao longo de sua carreira, passou por importantes veículos de comunicação, como Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia. Foi correspondente de O Estado de S. Paulo e chefiou a sucursal de O Globo em Salvador.

Na política, ele se candidatou a vereador em Feira de Santana, em 1982, pelo MDB, partido de oposição à ditadura, defendendo os direitos dos trabalhadores, a redemocratização e a liberdade de expressão. Também atuou como assessor de imprensa em diversas frentes, incluindo a secretaria estadual de Cultura, as prefeituras de Feira de Santana e Itabuna, onde foi secretário de Comunicação.

Nos anos 2000, retornou às redações, trabalhando na TVE Bahia e no jornal A Tarde. Além disso, foi professor de jornalismo na Unibahia. Teixeira se especializou em Marketing Político pela Universidade Católica do Salvador, atuando em campanhas políticas em cinco estados e até em uma campanha presidencial em Angola, onde viveu e trabalhou por cerca de três anos. Durante esse período, colaborou com agências de publicidade e consultorias locais.

De volta ao Brasil, fundou o site Bahia Toda Hora e nos últimos anos atuou como articulista em diversos portais, como Olá Bahia, Informe Baiano e Se Ligue Bahia. Entre seus trabalhos literários, publicou dois livros: “Dicionário de Mwangolê” e “Walmir Lima: um bamba da Bahia, além de participar de coletâneas de ensaios”.

Atualmente, ele estava trabalhando em uma biografia do sambista Edil Pacheco e organizava uma coletânea de artigos publicados recentemente. Teixeira deixa sua companheira Lenilde, com quem esteve nos últimos 15 anos, seus filhos Joanna e João Pedro, o neto Ícaro, a enteada Maria Isabel, e uma vasta rede de amigos e colegas que o admiravam.

Em nota, a família “agradece aos amigos e colegas, que desde o primeiro momento se uniram a nós em orações e em uma corrente de solidariedade”. “Agradecemos à equipe do Hospital do Subúrbio, em especial a enfermeira Lídia, pelo atendimento cuidadoso e humanizado ao longo da internação. Informaremos em breve o local, dia e horário do velório”, diz o texto.

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