Confira lista dos dez candidatos mais ricos do Brasil nas eleições de 2024
Nove dos prefeituráveis da lista são homens e se autodeclaram brancos, em montante que atinge R$ 7,3 bilhões, segundo registro no TSE
Os 10 candidatos mais ricos do Brasil somam uma fortuna de R$ 7,3 bilhões, sendo que apenas dois deles são responsáveis por quase 60% do montante. A lista conta com postulantes ao comando de Prefeituras e vagas em Câmara Municipais de setes estados, após declaração de bens no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a exceção de uma vice-prefeita, o ranking conta com nove homens que se autodeclaram brancos. Em relação ao nível educacional dos concorrentes, quatro deles possuem o ensino superior completo e outros quatro concluíram apenas o ensino médio. Entre os dois candidatos restantes, um deles não finalizou os seus estudos na faculdade e o outro não chegou a acabar o ensino fundamental.
Na lista dos 10 candidatos mais ricos do Brasil, cinco fazem parte de chapas como vice-prefeito, quatro são postulantes ao cargo de chefe do Executivo municipal e um tenta o mandato de vereador. Em síntese, são sete empresários, um administrador, um comerciante e um vereador. Três políticos são do PL e as siglas União, Republicanos, PSB, PRTB, PP, Podemos e PDT contam com um nome no ranking.
Top dez candidatos mais ricos do Brasil:
1. João Henrique Pinheiro (PRTB): R$ 2.851.300.000,00
Candidato à Prefeitura de Marília, João Pinheiro (PRTB), de 39 anos, é o mais rico do Brasil nas eleições municipais de 2024. O empresário está estreando na política e sua declaração mostra um patrimônio de R$ 2,85 bilhões, em relação com uma empresa de exportação de produtos agropecuários.
Ele disse ter 95% das ações da empresa Sugar Brazil, que promove o comércio de derivados de açúcar. Além disso, o prefeiturável informou ter R$ 1 milhão das quotas de capital da empresa Das Marias Agropecuária. Outra declaração ao TSE foi de R$ 300 mil de caderneta de poupança da Caixa Econômica Federal.
Pinheiro também é dono de oito aviões, sendo cinco jatos e três bimotores, três helicópteros e 12 carros. Segundo ele, nenhum desses bens foi declarado ao TSE, porque fica pouco tempo com os veículos e costuma trocá-los ao longo do ano. “São ativos e, geralmente, faço muitas permutas em negócios”, explicou ao Estadão.
2. Cleri Camilotti (PDT): R$ 1.542.273.920,00
O outro bilionário da lista é o candidato a prefeito de Dois Irmãos (RS), a 60 quilômetros da capital Porto Alegre, Cleri Camilotti (PDT). Ele declarou mais de R$ 1,5 bilhão em bens à Justiça Eleitoral, sendo que o item de maior valor são quotas na empresa do setor energético RGSC Ambiental, que correspondem a 99,3% do patrimônio do candidato. Os dados públicos sobre a companhia dizem que o capital social dela é de mais de R$ 4 bilhões.
Camilotti apresentou quotas em outras empresas, um prédio comercial de R$ 2,5 milhões e um apartamento de R$ 155,9 mil.
O candidato já foi prefeito do município em 2008 e reeleito em 2012, quando ainda representava o PTB. Na primeira eleição, ele declarou R$ 270,4 mil e, no pleito seguinte, o valor do patrimônio foi três vezes maior, de R$ 846,7 mil.
3. Jonas Afonso de Moraes (Podemos): R$ 617.900.000,00
Em terceiro lugar da lista, aparece o empresário e candidato a vereador em Mogi das Cruzes (SP), Jonas Afonso de Moraes (Podemos). A sua declaração ao TSE mostra quotas em cinco empresas, com o montante de R$ 617,9 milhões.
Imóveis como imóveis e veículos, além das empresas, não foram declarados pelo postulante. Em sua trajetória política, ele passou pelo PRP e pelo PSC, antes de se filiar ao Podemos, sigla com que chega ao pleito de 2024. Nos anos de 2004, 2008 e 2012, o candidato se elegeu vereador suplente em Itaquaquecetuba (SP).
Jonas de Moraes informou que as suas cinco empresas são do ramo imobiliário e foram adquiridas recentemente. Por esse fator, ele não fez as mesmas declarações em 2016, quando disputou como vice-prefeito de Itaquaquecetuba pelo PSC. Naquele ano, o seu patrimônio era de R$ 598,8 mil, somando os seus veículos, uma casa e quotas de capital de empresas.
4. Mauro Cristianini (PP): R$ 530.300.419,00
Maurão (PP) tenta a reeleição como vice-prefeito de Maracaju, no Mato Grosso do Sul. O registro do comerciante mostra um total de R$ 530,3 milhões em bens. Ele possui fazendas, chácaras e terrenos, no valor de R$ 310,7 milhões, além de R$ 132 milhões em quotas de empresas, aplicações, produtos financeiros, duas casas e uma embarcação.
Nas eleições do seu último mandato, em 2020, o seu patrimônio foi de R$ 81,6 milhões – 6,5 vezes menor do que o montante atual. De acordo com o Estadão, a evolução patrimonial do produtor rural, pecuarista e empresário rural é decorrente da venda de uma empresa para uma multinacional.
“Ele se desfez da sua empresa, incorporando a venda no patrimônio pessoa física, por isso a evolução foi tão grande. A função pública de qualquer cargo eletivo, não é encarada como profissão, e sim uma contribuição ao município, através da sua experiência vitoriosa de vida”, notificou a assessoria de Mauro Cristianini.
5. João Carlos Ribeiro (PSB): R$ 388.739.199,00
A maior parte do patrimônio de João Carlos Ribeiro (PSB), que é vice-prefeito de chapa em Pontal do Paraná, no litoral paranaense, faz referência às ações da holding JCR. Além disso, ele também tem outras participações em empresas, cinco apartamentos, um helicóptero, terrenos, obras de arte, embarcações e jet-skis.
Em 2020, o candidato foi declarado inapto pela Justiça Eleitoral, depois de tentar concorrer à Prefeitura pelo PSC. Naquele período, o seu patrimônio era de R$ 1,55 bilhão em bens, quase quatro vezes mais do que a declaração atual.
6. Gilson Lari Trennepohl (PL): R$ 323.854.778,00
Em sua declaração ao TSE, o atual vice-prefeito de Não-Me-Toque (RS), Gilson Trennepohl (PL), disse ser dono de um patrimônio de R$ 323,8 milhões. Os maiores valores do candidato à reeleição do município de quase 18 mil habitantes no norte gaúcho figuram em quotas de empresas, em um total de R$ 174,4 milhões.
Em 2024, Trennepohl declarou quase o dobro do valor registrado nas eleições de 2020. Na época, ele concorreu pelo DEM e apresentou o valor patrimonial de R$ 163 milhões.
O empresário também possui ativos financeiros em produtos de investimento e crédito decorrente de empréstimos. Do mesmo modo, R$ 3 milhões são aplicados em terrenos, R$ 2,6 milhões em veículos, um caminhão-trator, apartamentos e outros imóveis.
7. Sandro da Mabel Antônio Scodro (União): R$ 313.405 896,00
O candidato à Prefeitura de Goiânia (GO), Sandro Mabel (União), registro R$ 313,4 milhões de valor patrimonial. Segundo ele, tem 29 terrenos, em um total de R$ 15,9 milhões, mais de R$ 8,8 milhões em oito apartamentos, participações societárias, depósitos bancários, duas casas, veículos, joia e outros bens.
Mabel já exerceu quatro mandatos na Câmara dos Deputados, antes de ser candidato a prefeito da capital goiana. Entre 1995 e 1999 (PMDB), 2003 a 2007 (PFL), 2007 a 2011 (PL) e de 2011 a 2015 (PR).
Em 2010, período em que concorreu as eleições, o prefeiturável declarou R$ 70,9 milhões. A sua assessoria disse que ele começou a trabalhar com 13 anos na fábrica da família, no interior de São Paulo, que cresceu e foi vendida em 2011.
Por isso, a venda da empresa “se refletiu na declaração de nosso imposto de renda, com o ganho de capital, do ano seguinte. Continuamos também a investir em outros negócios, que já pertenciam à família, e novos nas áreas do agronegócio e imobiliário, por exemplo. Aprendi muito cedo a dar valor ao trabalho e à gestão e estar cercado de pessoas competentes e engajadas”, relatou em nota.
8. Dênis Luiz Lunelli (PL): R$ 285.208.390,00
O administrador e vice-prefeito de Guaramirim, município do norte catarinense, Dênis Lunelli (PL), declarou R$ 285,2 milhões em bens, sendo que esta é primeira eleição. Ele informou que empreende no setor têxtil e optou por ingressar no meio político como uma maneira de “melhorar a situação do município onde se localiza a matriz da empresa”.
A maior parte do seu patrimônio está em participações societárias, somando um valor de R$ 168,8 milhões. Outros ativos financeiros somam R$ 82,7 milhões, além do registro de 26 terrenos por R$ 29,1 milhões e duas aeronaves pequenas por R$ 336,8 mil.
Ao Estadão, Lunelli disse que é preciso ter “transparência na vida privada, para ter transparência na vida pública”. “Seria muito importante se no Brasil as pessoas votassem em candidatos que não precisam viver da máquina pública, e sim o fizessem por um motivo altruísta.”
9. Ivanir Maria Gnoatto Viana (Republicanos): R$ 258.783 507,00
A vereadora e candidata a vice-prefeita de Primavera do Leste (MS), município de 85 mil habitantes a 243 quilômetros da capital, Iva Viana (Republicanos), declarou R$ 258,7 milhões ao TSE. Em 2020, a única mulher da lista de candidatos mais ricos do Brasil foi eleita suplente pelo PDT e assumiu a vaga posteriormente. Em 2016, ela começou a sua trajetória política, em primeiro mandato na Câmara Municipal.
No início de sua carreira, o seu patrimônio somava R$ 62,8 milhões e, há quatro anos, a sua declaração foi no valor de R$ 6,4 milhões a menos que o atual. No total, Iva Viana registrou terrenos no valor de R$ 213,5 milhões e veículos automotores, como automóveis e maquinários, com o montante de R$ 45 milhões.
Ela também informou que “não vive de política” e é agricultora, dona de casa e mãe. “Nós somos agricultores há 41 anos, cultivamos soja, milho, gergelim, temos gado e, ao longo dos anos, fomos adquirindo imóveis. De repente as pessoas podem achar que estou na vida pública e fazendo coisas erradas. Meu perfil não é esse. O que eu tenho é (fruto) do meu trabalho. Quem cresce financeiramente na política, não é pelo (jeito) correto””, disse Iva ao Estadão.
10. Francis Maris Cruz (PL): R$ 230.205.947,00
Por último, o décimo colocado da lista é o ex-prefeito do município de Cáceres por dois mandatos, Francis Maris (MDB), que tenta o comando do Executivo da cidade de 89 mil habitantes no sul do Mato Grosso mais uma vez. O empresário declarou mais de cem bens, em um total de R$ 230,2 milhões.
Francis foi eleito em 2012, pelo PMDB, e a sua reeleição aconteceu em 2016, então filiado ao PSDB. Em 2022, último pleito em que concorreu, foi eleito suplente de deputado estadual, também pelo partido tucano. Na ocasião, o valor de seu patrimônio foi de R$ 107,5 milhões, número equivalente à metade da declaração atual.
Nesse sentido, cerca de R$ 55,2 milhões do seu valor patrimonial é destinado a um rebanho de animais, declaração essa que é a maior registrada pelo TSE.
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