Fernando Passos aponta desafios com chegada da Inteligência Artificial e defende equilíbrio na arte de comunicar

Publicitário baiano e fundador da Engenho Novo, uma das agências mais tradicionais do mercado brasileiro, Fernando Passos relembrou os desafios enfrentados ao longo dos anos com as constantes mudanças tecnológicas. Nesta quarta-feira (4), o grupo apresentou os insights de uma pesquisa sobre os comportamentos da população soteropolitana, realizada em parceria com a Youpper. Em entrevista ao Portal M!, Fernando lembra da necessidade de adaptação para manter a relevância no setor.

“A internet foi um dos primeiros grandes enfrentamentos que tivemos. Na época, as agências precisaram se reinventar para se adequar ao novo cenário digital”, afirmou ele, ressaltando que a chegada da Inteligência Artificial representa um desafio ainda maior e exige um entendimento profundo não apenas das agências, mas também dos clientes e dos veículos de comunicação, na arte de comunicar.

“O que a imprensa vincula, normalmente por ser uma coisa muito nova, é como se fosse uma coisa má, um terror, um monstro que está assediando. Porque ela está sendo utilizada, principalmente para fake news, e é uma coisa perigosa. Até estabelecer um equilíbrio disso, vai durar algum tempo”, contou.

Passos pontua que, embora a IA esteja revolucionando a forma de se comunicar, ainda há muita incerteza sobre os impactos futuros dessa tecnologia. O publicitário também defendeu o trabalho da imprensa no combate à disseminação de fake news, um fenômeno que, segundo ele, tem potencial para prejudicar gravemente a credibilidade das informações e das instituições. “A imprensa tem um papel crucial em veicular a verdade. A credibilidade é cada vez mais importante, especialmente em um cenário onde a IA pode ser usada para manipular informações”, afirmou.

Por fim, Fernando Passos enfatizou a necessidade de um equilíbrio na utilização da inteligência artificial, defendendo que essa tecnologia seja utilizada de forma ética e responsável. Ele defendeu que o desafio envolve o poder público, a imprensa, as agências de publicidade e a sociedade como um todo. “Como é que você reage a uma adaptação de uma fala de alguém que você quer destruir? Como é que você faz isso? Isso depende muito de quem veicula a verdade”.

Leia também:

‘Mídia de outdoor se confunde com a história da comunicação’, diz Halisson Pontarolla

Impactos da Inteligência Artificial já são realidade para 56% dos brasileiros, aponta pesquisa

Gloria Perez ‘abraça’ filha por meio da inteligência artificial