O projeto de modernização do Teatro Vila Velha apresentado pela Prefeitura de Salvador, na manhã desta quarta-feira (4), foi comemorado pelo seu diretor Márcio Meirelles. Em entrevista ao Portal M!, ele comentou sobre a importância que o espaço tem para a cena cultural soteropolitana.

Os detalhes foram apresentados em evento no Passeio Público, na Avenida 7 de Setembro, no Centro Histórico. A modernização inclui um novo eixo de circulação, que contará com passarela, escadas e um elevador, facilitando a acessibilidade.

“É um teatro que é importante para a cidade e para o país e é importante que o gestor cuide da cidade, dos seus equipamentos. Basicamente, a reforma cuida do prédio, arruma todos os estragos que o tempo fez nesses 30 anos desde a última reforma, mas ele prepara o teatro para ser mais acessível. Então, todo o projeto foi pensado e foi construído a partir da acessibilidade, tanto de pessoas que têm dificuldades de locomoção quanto outras dificuldades também”, declarou Meirelles.

Outras melhorias previstas incluem a instalação de um novo sistema de ar-condicionado, a qualificação acústica do teatro, a adequação do sistema elétrico e a conformidade com a legislação de acessibilidade universal. Também será implementado um projeto de combate a incêndios, assegurando a segurança de todos os usuários do espaço.

“A gente não vai alterar em nada, porque a gente acha que esse palco é tudo que a gente podia ter. E o que aumenta é a capacidade técnica, de tecnologias, de equipamentos de ponta, como eles foram há 30 anos. Foram sendo defasados, estragados e aí a gente vai agora repor todos os equipamentos de última geração”, explicou Meirelles ao ressaltar que o palco e a capacidade do teatro continuará a mesma.

Segundo o diretor, a contrapartida do teatro será incluir audiodescrição e libras em todas apresentações e espetáculos. “Porque a gente tem que pensar nisso, inclusão de todos”, disse sobre a acessibilidade de pessoas com deficiências auditiva e visão.

Fundação

Fundado em 31 de julho de 1964, o teatro foi berço de importantes movimentos culturais da Bahia e do Brasil, como o Tropicalismo, que lançou para o mundo grandes nomes artísticos como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. “Muitas coisas que depois modificaram o Brasil, surgiram aqui. Como os tropicalistas, como os novos baianos, como Othon Bastos, Lázaro Ramos, Virgínia Rodrigues”, relembrou Meirelles.

“A Companhia Teatro dos Novos, que construiu o prédio, começou a trabalhar em 59. Eles fizeram a primeira peça, estrearam em Ilhéus, depois em Itabuna, depois em Salvador. E foi assim a história desse teatro, fora do prédio. O prédio foi criado para abrigar essa ação, para abrigar esse pensamento, para abrigar todo esse movimento”, completou o dramaturgo.

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