Abaixo da previsão de Lula, PIB cresce 3,4% em 2024 e governo comemora resultado

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 3,4% em 2024, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7). Apesar de ficar abaixo da previsão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esperava um avanço de 3,8%, o resultado foi comemorado pelo governo federal, que ressaltou o impacto positivo no emprego e na renda da população.

Nas redes sociais, o presidente compartilhou a notícia sobre o crescimento do PIB e reforçou seu otimismo com o desempenho da economia. 

“PIB crescendo é mais emprego e renda na mão dos brasileiros e das brasileiras. 2025 é o ano da colheita”, escreveu Lula em seu perfil no X (antigo Twitter), acompanhado de um emoji de trevo de quatro folhas.

Previsões otimistas e discurso do presidente

Nas últimas semanas, Lula demonstrou confiança na expansão da economia, citando números superiores aos divulgados pelo IBGE. Em entrevista à TV Record de Santos, em 27 de fevereiro, o presidente afirmou que o PIB de 2024 cresceria 3,8%, percentual que não se confirmou.

“Quando é que a economia voltou a crescer acima de 3%? Quando eu voltei à presidência. Cresceu 3,2% em 2023 e vai crescer 3,8% em 2024”, disse o petista na ocasião. 

Três dias antes, em discurso no Rio Grande do Sul, Lula fez afirmação semelhante, destacando que o país superou expectativas anteriores, que previam crescimento inferior a 2%. Mesmo com o número abaixo da estimativa do governo, o presidente manteve o tom otimista, reforçando que a tendência de crescimento se mantém para os próximos anos.

Tebet celebra avanço e destaca superação das previsões iniciais

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também comemorou o resultado e enfatizou que o crescimento de 3,4% foi muito superior às projeções do mercado financeiro no início de 2024. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, as expectativas iniciais apontavam para um avanço de apenas 1,59% no PIB.

“O Brasil segue crescendo acima das expectativas”, destacou Tebet. Ela atribuiu o desempenho positivo à alta de 3,3% da indústria e de 3,7% no setor de serviços, que impulsionam a economia ao longo do ano.

Por outro lado, a agropecuária registrou uma queda de 3,2%, reflexo de adversidades climáticas, como as inundações que atingiram o Rio Grande do Sul. Apesar disso, a ministra demonstrou confiança na recuperação do setor. “Mas este ano o agro vem com tudo!”, afirmou.

Impacto na renda e desafios econômicos

Outro ponto destacado pela ministra foi o crescimento do PIB per capita, que alcançou R$ 55.247,45 em 2024, um aumento de 3% em termos reais. Segundo Tebet, isso representa um avanço na renda média da população brasileira.

“Significa aumento da renda média do brasileiro. Agora é seguir avançando, combatendo a inflação para baratear o preço dos alimentos”, pontuou.

Setores impulsionam maior alta do PIB brasileiro em três anos

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 3,4% em 2024, registrando a maior alta dos últimos três anos e marcando o quarto ano consecutivo de crescimento econômico. Esse desempenho reforça a recuperação gradual do país após os impactos da pandemia, consolidando um cenário positivo para a economia nacional. Com esse resultado, o PIB brasileiro atingiu R$ 11,7 trilhões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento de 4,8% no consumo das famílias em 2024 foi um dos principais motores da economia brasileira, impulsionado por uma combinação de fatores que ampliaram a renda disponível da população. A melhora contínua do mercado de trabalho, os programas de transferência de renda do governo e a redução das taxas de juros ao longo do ano foram determinantes para esse avanço. Além disso, a taxa de desemprego atingiu 6,6%, o menor nível já registrado no país, contribuindo para o aumento do poder de compra e da demanda interna. Esse cenário favorável também refletiu no aumento dos investimentos, com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) crescendo 7,3%, e no comércio exterior, onde as importações avançaram 14,7% e as exportações registraram alta de 2,9%.