Paulo Fábio Dantas destaca conservadorismo do eleitorado e avalia cenário para 2026
Cientista político analisa inclinação ideológica no pleito deste ano
Em entrevista exclusiva ao Portal M!, o cientista político Paulo Fábio Dantas Neto, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), analisou o atual cenário político e as movimentações que podem influenciar as eleições de 2026. Dantas, que lançou na sexta-feira (1º) um novo livro sobre a trajetória do ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães, destacou a complexidade das disputas e a estratégia das forças políticas para tentar moldar o próximo pleito.
Ao discutir o perfil ideológico do eleitorado nas eleições municipais deste ano, Dantas afirmou que o conservadorismo predominou. “Se a gente quiser plotar esse voto em cima de uma geografia ideológica dos partidos, eu acho que está mais para a direita do que para o centro. É uma manifestação de inclinação conservadora que não tem, por outro lado, nada a ver com o extremismo. Houve valorização de gestões bem realizadas de prefeitos. Quer dizer, há também o eleitor que está atento para isso, para quem isso é mais importante do que a confrontação ideológica”.
Dantas também observou o papel das lideranças políticas e as articulações na Câmara, com destaque para a recente candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos). “Quem prepara o cardápio de 2026 são elas, são as forças políticas. Não é o eleitorado. Quem prepara o cardápio são as forças políticas”, reforçou.
Quanto às estratégias do PT e do presidente Lula para 2026, o cientista político indicou que a polarização pode se repetir. “Lula, para disputar a reeleição, precisaria de um candidato do outro lado que ele pudesse repetir a gramática da eleição de 2022. ‘Todo mundo tem que vir comigo, porque do outro lado está o perigo para a democracia’, e poderá estar mesmo”, pontua.
Dantas também analisou as críticas à esquerda, destacando a postura do PT em meio às exigências por uma renovação. “Quando todo mundo está pedindo que a esquerda reveja suas práticas, busque um novo discurso, que aprenda com a derrota eleitoral, o principal partido da esquerda, em vez de estar preocupado com isso, está querendo influir no destino da direita, está querendo escolher o adversário, e quer que seja Bolsonaro, pelo visto”, disse o cientista político.
Ele ressaltou que as escolhas estratégicas do PT buscam consolidar seu espaço na oposição e manter a polarização. “Em 2018, [houve] a opção da candidatura do hoje ministro Fernando Haddad, mas estava evidente naquele contexto que uma candidatura petista não teria chance do jeito que a eleição de 2018 estava, mas o PT preferiu correr o risco, ter eleição, porque o plano A era vencer, o plano B era ocupar o espaço da oposição, como ocupou. O país ficou com Bolsonaro”, relembra.
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