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Lula nomeia Esther Dweck como interina no Ministério de Direitos Humanos em substituição a Silvio Almeida

Lula nomeia Esther Dweck como interina no Ministério de Direitos Humanos em substituição a Silvio Almeida
Ministra acumulará duas funções, já que também comanda a pasta de Gestão e Inovação no governo

O presidente Lula (PT) nomeou, nesta sexta-feira (6), a petista Esther Dweck como ministra interina dos Direitos Humanos após a demissão de Silvio Almeida, acusado de assédios sexuais no governo. Quadro histórico do PT e atual ministra de Gestão e Inovação, ela vai acumular as duas funções até a nomeação de um novo chefe para a pasta.

A ministra foi uma das integrantes do governo que o presidente Lula teve reunião no Palácio do Planalto antes de decidir demitir o ministro. Esther não possui histórico acadêmico na área de Direitos Humanos, é doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e chegou a dar aulas na instituição e na Universidade Federal Fluminense (UFF) entre 2007 e 2009. No entanto, ela assumiu o ministério, já que a número 2 da pasta pediu demissão também nesta sexta em solidariedade a Almeida.

Dweck também é co-autora de dois livros: “Economia para poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil” e “Economia pós-pandemia: desmontando os mitos da austeridade para construção de um novo paradigma”. No governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ela atuou o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, onde foi chefe da assessoria econômica (2011-2014) e secretária de orçamento federal (2015-2016).

A petista também foi assessora parlamentar do Senado e, em 2021, recebeu o prêmio Mulher Economista do ano pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon). Dweck foi anunciada como ministra de Gestão e Inovação em dezembro de 2022, após participar da equipe de transição.do governo Lula e sua principal medida foi o anúncio e a realização do Concurso Nacional Unificado (CNU).

Demissão de Silvio Almeida

O presidente Lula resolveu demitir o ministro Silvio Almeida ao entender que sua permanência no governo era insustentável. A exoneração aconteceu um dia depois da ONG Me Too declarar, em nota, que ele teria sido denunciado por assédio sexual por pessoas ligadas ao governo federal. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma das mulheres que supostamente sofreram abusos cometidos. 

Em nota publicada após a exoneração do ex-ministro, Anielle criticou tentativas de “pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade” e disse que “vai colaborar com as investigações quando for acionada”. Assim como a ministra, Silvio Almeida também divulgou nota reiterando sua inocência e afirmando que vai apoiar a realização de “criteriosas investigações” sobre as denúncias de que é alvo. Ele também cobrou provas dos supostos assédios para ter o direito de se defender das acusações.

“Em razão da minha luta e dos compromissos que permeiam minha trajetória, declaro que incentivarei indistintamente a realização de criteriosas investigações. Os esforços empreendidos para que tenhamos um país mais justo e igualitário são frutos de lutas coletivas e não podem sucumbir a desejos individuais. Sou o maior interessado em provar a minha inocência Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal”, afirmou.

Silvio Almeida é o quarto ministro do governo Lula a cair desde o início do mandato, em 2023. No entanto, ele e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias são os únicos que foram demitidos por denúncias veiculadas na imprensa.

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Valter Campanato/Agência Brasil