Economia brasileira mostra sinais de força enquanto mundo desacelera, diz Galípolo

Economista considerou que dados atuais indicam que o Brasil não está enfrentando um processo de desaceleração econômica


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Redação 08/10/2024 19:04 Política
Economia brasileira mostra sinais de força enquanto mundo desacelera, diz Galípolo -

O diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado à presidência da instituição em 2025, Gabriel Galípolo, afirmou que a economia brasileira se encontra em um estágio distinto em relação a outras economias globais. Segundo Galípolo, os dados atuais indicam que o Brasil não está enfrentando um processo de desaceleração econômica, ao contrário de diversas nações, que têm apresentado sinais de enfraquecimento.

Durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (8), Galípolo destacou o cenário econômico internacional, mencionando fatores como o crescimento da China no início dos anos 2000 e as taxas de juros baixas nos EUA e na Europa. “Hoje, Japão está começando a subir juros depois de muito tempo, China em desaceleração, EUA na discussão de aterrissagem suave ou abrupta”, afirmou. Em contraste, ele sugere que o Brasil segue em uma trajetória de crescimento.

Em relação ao mercado interno, Galípolo ressaltou os dados positivos da economia brasileira, mencionando o desemprego em seu menor nível histórico, crescimento da renda em 12% desde o início de 2023, e uma combinação favorável de inflação e desemprego. Ele também destacou o bom desempenho da indústria e do setor de serviços, que operam em suas capacidades máximas nos últimos anos.

“A economia brasileira dá sinais de estar em um estágio diferente de boa parte das economias do mundo”, afirmou Galípolo. “Vários dados sugerem uma economia que não está em processo de desaceleração, parece estar pujante.” O diretor enfatizou, no entanto, que o Banco Central deve monitorar de perto a inflação para garantir a estabilidade econômica.

Galípolo reforçou que, embora o desempenho positivo seja um bom sinal, o Banco Central precisa adotar uma postura cautelosa. “Isso sugere ao BC que a gente deve assistir a um processo de desinflação mais lento e mais custoso”, declarou. Segundo ele, o foco da instituição será garantir que a taxa de juros permaneça no nível necessário para atingir as metas de inflação estabelecidas.

Por fim, o indicado à presidência do Banco Central destacou a necessidade de uma abordagem conservadora em relação à política monetária. “Como não cabe ao BC correr risco, a função é ser mais conservador para garantir que a taxa de juros está no patamar necessário para se atingir a meta que foi definida”, concluiu.

Aprovado por unanimidade

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a indicação de Galípolo para a presidência do Banco Central (BC), com 26 votos favoráveis e nenhum contrário. A aprovação final pelo plenário do Senado está prevista para ocorrer ainda hoje. Galípolo foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 28 de agosto e ocupa atualmente o cargo de diretor de Política Monetária do BC. Anteriormente, atuou como secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Durante a sabatina, Galípolo destacou sua experiência e discutiu a importância da independência do Banco Central. Ele mencionou que, antes da sabatina, havia se reunido com mais de 60 senadores e possuía aceitação tanto no mercado financeiro quanto entre os parlamentares. “Houve uma série de conversas para garantir que a minha indicação tivesse respaldo, sem resistências”, afirmou o economista, destacando seu preparo para o cargo.

A sabatina foi marcada por questionamentos sobre a independência do Banco Central, especialmente devido aos atritos entre o presidente Lula e o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido alvo de críticas de Lula, particularmente em relação à manutenção da taxa básica de juros, a Selic.

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