A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) realizará, na tarde desta segunda-feira (7), uma sessão especial em memória da jornalista Wanda Chase. A cerimônia, marcada para as 15h, no plenário da Casa, será marcada pela entrega póstuma do Título de Cidadã Baiana aos familiares da comunicadora, que faleceu na última quinta-feira (3), aos 74 anos. A data da homenagem foi escolhida especialmente para o Dia do Jornalista, que é celebrado nesta segunda.

A honraria foi proposta pela deputada estadual Fátima Nunes (PT), atual líder da bancada do partido na AL-BA. Segundo a parlamentar, a homenagem reconhece a trajetória e o impacto de Wanda na imprensa e na valorização das raízes culturais da Bahia.

“Planejávamos uma festa linda e à altura da nossa homenageada. Infelizmente, não foi possível. Por isso, diante da representatividade de Wanda Chase na nossa cultura e no jornalismo baiano, é justo darmos continuidade e entregar este título à sua família. Precisamos legitimar Wanda Chase como uma cidadã baiana”, disse a deputada.

Biografia e trajetória de Wanda Chase

Nascida em Manaus, no Amazonas, em 19 de novembro de 1950, Wanda Chase da Silva era neta de caribenhos e filha de um mecânico e de uma dona de casa. Foi a mais velha entre cinco irmãos. Seu primeiro sonho foi ser professora, mas a paixão pelo jornalismo floresceu aos 18 anos, incentivada por uma professora de redação.

Ao ingressar na Universidade Federal do Amazonas, Wanda conquistou o 6º lugar no vestibular e iniciou uma carreira brilhante que se expandiria por quase cinco décadas. Na Bahia, consolidou-se como uma das vozes mais importantes do jornalismo cultural. Atuou como repórter, produtora, editora, apresentadora e comentarista. Devido ao seu trabalho, a jornalista recebeu mais de 45 prêmios, além de possuir uma carreira reverenciada por colegas e artistas.

Em 2002, a Câmara Municipal de Salvador já havia concedido a ela o Título de Cidadã Soteropolitana, destacando seu papel na valorização da cultura local. Mais recentemente, ela comandava o podcast “Bastidores com Wanda Chase”, no qual promovia diálogos profundos com músicos e artistas baianos sobre cultura, arte e identidade.

Despedida

Wanda Chase faleceu na quinta-feira, após não resistir a uma cirurgia de aneurisma dissecante da aorta. Já na sexta-feira (6), a despedida da jornalista aconteceu no Cemitério Campo Santo, em Salvador, em uma cerimônia que contou com amigos, familiares vindos do Amazonas e admiradores do legado da jornalista. O cortejo fúnebre contou com a presença das bandas Olodum, Didá e do bloco afro Ilê Aiyê, que tocaram seus tambores em tributo à passagem de Wanda, em uma homenagem carregada de emoção e ancestralidade.

A cremação, restrita à família, fechou o ciclo de uma vida dedicada à luta por representatividade e pela cultura afro-brasileira. O cantor e multi-instrumentista Carlinhos Brown esteve presente e destacou a importância da jornalista para a identidade negra.

“Ela ativou o desejo de união em torno da cultura baiana. Wanda nos lembrava que somos protagonistas de nossa história”, afirmou o artista.

Também prestaram homenagem a cantora Ivete Sangalo, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), o jornalista Casemiro Neto e diversas instituições culturais, que enviaram coroas de flores em reconhecimento à contribuição de Wanda Chase.