Copom mantém diretriz e sinaliza nova alta na Taxa Selic
Projeção econômica aponta continuidade do aperto monetário; próxima reunião acontece em março

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou, nesta terça-feira (4), a expectativa de uma nova elevação na taxa Selic em sua próxima reunião, programada para março. A ata divulgada pelo colegiado reforça a sinalização de um aumento de 1 ponto percentual (pp), o que levaria os juros dos atuais 13,25% para 14,25% ao ano. No entanto, a instituição deixou em aberto os rumos da política monetária após maio, destacando que futuras decisões dependerão da evolução dos indicadores econômicos.
“O Comitê avaliou que os determinantes de prazo mais curto, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e os determinantes de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, seguem exigindo uma política monetária mais contracionista”, afirmou o Copom na ata divulgada nesta manhã.
Inflação persistente e cenário econômico justificam alta
A decisão do Copom reflete a necessidade de conter a inflação, que continua acima do intervalo de tolerância da meta estabelecida pelo Banco Central. A recente valorização do dólar frente ao real e a alta dos preços dos serviços têm pressionado o custo de vida, reforçando o argumento para a manutenção do ciclo de aperto monetário.
“Os preços dos alimentos se elevaram de forma significativa em função, entre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação dos preços das carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, apontou o documento do Copom.
Além disso, a desvalorização cambial tem impactado o preço dos bens industrializados, dificultando a redução da inflação no curto prazo. O comitê reforçou que a política monetária permanecerá restritiva até que haja sinais concretos de desaceleração inflacionária.
Estratégia da Selic: compromisso com meta inflacionária
O Copom reiterou seu compromisso com a convergência da inflação à meta de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A ata destacou que, mesmo após a alta da Selic para 13,25% na última reunião, a perspectiva de elevação adicional de 1 ponto percentual em março se mantém.
No entanto, o Banco Central sinalizou que o ritmo de elevação dos juros dependerá do comportamento da economia. “Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária”, enfatizou o colegiado.
Projeções do BC e impactos na economia
O Banco Central projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 5,2%, acima do teto da meta de 4,5%. Para 2026, a previsão é que a inflação acumulada em quatro trimestres atinja 4,0%, ainda acima do objetivo de 3%. As estimativas levam em consideração a manutenção da bandeira verde para energia elétrica e uma trajetória de câmbio ajustada conforme a paridade do poder de compra, partindo de R$ 6,00.
O Copom também reforçou que a desaceleração da atividade econômica será um efeito colateral do aperto monetário. Enquanto setores como bens e serviços financeiros já mostram sinais de arrefecimento, a demanda permanece elevada em outras áreas, o que pode prolongar a necessidade de juros altos.
A decisão sobre novas elevações dependerá da evolução dos indicadores macroeconômicos. O Banco Central continuará monitorando variáveis como expectativas de inflação, hiato do produto e balanço de riscos antes de definir os próximos passos da política monetária.
Redação
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