Jean-Marie Le Pen, fundador da extrema-direita Francesa, morre aos 96 anos
Figura controversa, ele marcou política francesa com discursos inflamados e legado polêmico
O fundador da Frente Nacional e um dos rostos mais icônicos e polarizadores da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, morreu, nesta terça-feira (7), em Paris, aos 96 anos. Internado há semanas em uma casa de repouso, o político faleceu ao meio-dia, conforme comunicado divulgado pela família.
“Jean-Marie Le Pen, rodeado de família e amigos, foi chamado de volta a Deus às 12h de terça-feira”, diz a nota.
Pai de Marine Le Pen, atual líder da extrema-direita na França, Jean-Marie foi uma figura marcada por discursos negacionistas, antissemitas e xenófobos, consolidando-se como um dos nomes mais polêmicos da política europeia.
Ascensão política e fundador da Frente Nacional
Jean-Marie Le Pen fundou a Frente Nacional em 1972, partido que seria renomeado para Reunião Nacional sob a liderança de sua filha. Inicialmente com raízes neofascistas, o partido se tornou a principal força da extrema direita na França, defendendo pautas anti-imigração, contra o multiculturalismo e a favor da preservação da “identidade francesa”.
Le Pen foi candidato à presidência da França em cinco ocasiões, sendo mais lembrado pela surpreendente ida ao segundo turno em 2002, quando foi derrotado por Jacques Chirac. Este feito marcou um momento decisivo na política francesa, unindo adversários ideológicos em torno da oposição ao extremismo representado por ele.
Durante sua trajetória, ocupou cargos políticos importantes, como deputado da Assembleia Nacional em 1956 e 1986, além de eurodeputado em 1984. Apesar de sua influência, nunca alcançou o mais alto cargo do país.
Controvérsias e condenações
Conhecido por suas declarações inflamadas e polêmicas, Jean-Marie Le Pen enfrentou inúmeras críticas e processos judiciais. Em 1990, foi multado por minimizar os crimes nazistas ao afirmar que as câmaras de gás eram “apenas um detalhe” da Segunda Guerra Mundial. Outra declaração controversa veio quando tentou relativizar a ocupação alemã da França durante a guerra, dizendo que “não foi especialmente desumana”.
Suas visões anti-imigração tinham como alvo principal os muçulmanos, frequentemente apontados por ele como uma ameaça à identidade nacional francesa. Este discurso alimentou tensões sociais e ajudou a consolidar sua base de apoio entre os eleitores da extrema direita.
Legado divisivo de Le Pen
Nascido em 20 de junho de 1928, na Bretanha, Jean-Marie Le Pen teve uma trajetória marcada por experiências militares, lutando na Indochina e na Argélia. Essas vivências moldaram seu estilo combativo, que se refletia em discursos agressivos e uma postura de confronto com adversários políticos.
Mesmo afastado da liderança da Frente Nacional desde 2019, quando foi substituído por sua filha Marine Le Pen, o impacto de Jean-Marie na política francesa permanece evidente. Marine modernizou o partido e ampliou sua base de apoio, tornando-se uma das principais forças políticas do país.
Reações e futuro da extrema-direita francesa
A morte de Jean-Marie Le Pen ocorre em um momento em que a extrema-direita francesa, agora liderada por Marine, mantém forte presença política. A transição da Frente Nacional para a Reunião Nacional reflete esforços de reposicionamento para atrair novos eleitores, enquanto preserva as bases lançadas por seu fundador.
Com seu legado controverso, Jean-Marie Le Pen deixa um impacto profundo na história política da França, sendo lembrado tanto como um estrategista brilhante quanto como uma figura divisiva que ampliou as fronteiras do discurso extremista no país.
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