O Governo do Estado publicou, nesta terça-feira (17), o edital de chamamento público destinado à seleção de artesãos para o II Festival Nacional do Artesanato na Bahia (Fenaba). O evento ocorrerá entre 24 e 27 de abril do próximo ano, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, em Salvador, antecedendo o inédito I Festival Baiano de Artesanato Indígena, previsto para julho de 2025.

Seleção de artesãos

As inscrições para o edital estão abertas a partir desta terça-feira (27) até o dia 31 de janeiro. O processo disponibiliza 310 vagas, distribuídas entre as 20 rotas do artesanato da Bahia. Entre as categorias contempladas estão artesãos de municípios das rotas (170 vagas), mestres (50), artesãos de Salvador (40), povos originários (20), quilombolas (20) e artesãos de municípios fora das rotas (dez).

Para se inscrever, é necessário preencher um formulário online disponível no site da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e anexar documentos como a Carteira Nacional de Artesão válida, CPF, documento de identificação e dez fotos coloridas dos produtos a serem comercializados. O edital completo pode ser consultado no site da secretaria.

Valorização do artesanato

O secretário da Setre, Davidson Magalhães, que deixará a pasta partir do próximo ano, destacou que o II Fenaba consolida a política de valorização do artesanato na Bahia. “Não se trata apenas de um evento, mas de um marco para a cultura e a geração de renda”, afirmou.

Em sua primeira edição, o Fenaba atraiu 30 mil visitantes e movimentou cerca de R$ 2 milhões com a venda de mais de 20 mil peças artesanais. “Esperamos superar em 30% o número de participantes da edição anterior, reunindo artesãos de todos os estados brasileiros em um espaço ampliado e com programação cultural intensa”, ressaltou Weslen Moreira, coordenador de Fomento ao Artesanato da Setre.

Festival de Artesanato Indígena

Uma novidade anunciada é o I Festival Baiano de Artesanato Indígena, que acontecerá entre 17 e 20 de julho de 2025, reunindo representantes de 32 etnias das quatro macrorregiões da Bahia. O objetivo é promover a inclusão socioprodutiva e a valorização do artesanato indígena, que utiliza materiais como sementes, fibras naturais, madeira, argila e penas na confecção de peças utilitárias e decorativas.

Para Kâhu Pataxó, presidente da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo-sul da Bahia (Finpat), o evento será uma oportunidade única de visibilidade. “As pessoas conhecerão nossa rica cultura através do artesanato, um reflexo de nossa ancestralidade e resistência”.

A cacique Renata Tupinambá destacou o protagonismo feminino no setor. “O festival dará voz às mulheres indígenas que estão à frente da produção artesanal, desde peças em madeira, do povo Pataxó, até cerâmicas do povo Kiriri”.

Parcerias e apoio

Os dois festivais são organizados pela Coordenação de Fomento ao Artesanato da Setre em parceria com as secretarias estaduais da Cultura (Secult), do Turismo (Setur) e de Promoção da Igualdade Racial e Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). O evento também conta com o apoio do Sebrae, Sesc, Fecomércio-Ba e da Federação das Associações de Artesanato da Bahia (Faaeb).