Filmes, séries e docs premiados fazem do baiano Sérgio Machado um dos maiores nomes do audiovisual brasileiro
Cineasta baiano foi o entrevistado do programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM), nesta sexta-feira (4)

O cineasta baiano Sérgio Machado está vivendo um momento especial em sua trajetória. Ele participou, na manhã desta sexta-feira (4), do programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM) – comandados pelos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M!, e falou sobre os novos lançamentos que marcaram 2024 e agora em 2025, além da homenagem que receberá na 20ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema.
Entre as estreias mais aguardadas está a série Maria e o Cangaço, que chega ao catálogo da Disney+ com Isis Valverde no papel principal. Além disso, dois documentários inéditos do diretor – 3 Obás de Xangô (2024) e A Bahia Me Fez Assim (2025) – serão exibidos pela primeira vez durante o festival.
Série da Disney+, documentários inéditos e animação em destaque
Sérgio Machado revelou estar estreando dois projetos no mesmo dia, algo inédito em sua carreira.
“Hoje é um dia especial, porque é a primeira vez na vida que estou estreando duas coisas no mesmo dia”, contou durante a entrevista.
Os lançamentos são o documentário musical A Bahia Me Fez Assim e a série de época Maria e o Cangaço, que mergulha na história do cangaço sob uma nova perspectiva.
Série de época
Sobre Maria e o Cangaço, o cineasta detalhou o cuidado da produção. “É uma superprodução, uma produção grande, com mais de 60 personagens. Mais de 90% são atores nordestinos, inclusive grandes atores baianos”, destacou.
Segundo Machado, a série traz um olhar diferenciado sobre o cangaço, focando mais no ponto de vista feminino. “Tem muita cena de ação e um olhar totalmente diferente do cangaço, porque é visto mais pelo ponto de vista das mulheres”, explicou.
Um dos destaques está no episódio 5, que mistura imagens reais do bando de Lampião com cenas filmadas pela produção. “É difícil, eu diria quase impossível, saber quem é do bando real e quem é do nosso, tal foi o capricho”, afirmou.
Documentário
Já o documentário A Bahia Me Fez Assim busca investigar a essência da música baiana e o que a conecta entre diferentes estilos e artistas. “A pergunta que o filme faz é: existe algo na música da Bahia que une todo mundo? Então, pra responder essa pergunta, convidamos o Ilê Aiyê pra gravar João Gilberto, e as Ganhadeiras de Itapuã pra gravar Raul Seixas”, contou Sérgio.
As escolhas musicais foram feitas pelo produtor Alê Siqueira, e, segundo o diretor, fogem do óbvio.
Homenagem no Panorama Coisa de Cinema
A participação de Sérgio Machado no Panorama Coisa de Cinema carrega um valor simbólico. O cineasta será homenageado na 20ª edição do festival, que acontece até a próxima quarta-feira (9), em Salvador e Cachoeira. Durante o evento iniciado na quarta-feira (2), serão exibidos quatro documentários dirigidos por ele: A Luta do Século (2016), Neojiba – Música que Transforma (2020), 3 Obás de Xangô (2024) e A Bahia Me Fez Assim (2025).
“Foi muito especial pra mim esse convite porque, de certa forma, minha carreira meio que se confunde com a do Panorama”, afirmou Sérgio.
“Eu estava na primeira edição, com meu primeiro filme, Onde a Terra Acaba. Tem 20 anos exatos agora que lancei Cidade Baixa, meu primeiro longa de ficção. Já vim várias vezes, já abri o festival, já fechei, já ganhei prêmio. Fiquei muito feliz e honrado com esse convite”, completou.
Força da cultura baiana em “3 Obás de Xangô”
Durante a entrevista, Sérgio também falou sobre o sucesso do documentário 3 Obás de Xangô, que narra a amizade entre Jorge Amado, Dorival Caymmi e Caribé, revelando como esses ícones ajudaram a construir a identidade cultural da Bahia. “É um filme que está me dando muitas alegrias. Talvez nunca tenha feito um filme que provocasse reações tão fortes no público. Ele fala de amizade, de afeto, de relações — não de embate”, disse.
“O Jorge Amado até fala isso no filme: que sem amor a vida não vale a pena, que é melhor se relacionar com o outro a partir do afeto e não do confronto diário”, pontuou o cineasta.
O longa venceu os principais prêmios dos festivais do Rio, de São Paulo e de Tiradentes. Agora, a equipe trabalha para levá-lo ao circuito internacional.
“É um filme que emociona. As pessoas choram e riem no final. Os três eram compadres e tinham uma relação forte com o Candomblé. Os Obás de Xangô eram ministros do Candomblé, criados para combater a intolerância religiosa. O filme fala dessa relação com a Bahia, com o mar, com a mulher, com o axé”, detalhou.
Carreira marcada por grandes obras e prêmios
Reconhecido internacionalmente, Sérgio Machado foi diretor de elenco e assistente de direção no premiado Central do Brasil (1998), de Walter Salles. Em 2005, lançou Cidade Baixa, que se tornou um marco do cinema brasileiro e comemora agora seus 20 anos.
Ao longo da carreira, o cineasta transitou entre ficção, documentário e animação, com obras indicadas ao Prêmio Platino – a principal premiação do cinema ibero-americano. Seu trabalho mais recente na animação foi com Arca de Noé (2024), também muito bem recebido pelo público.
Com uma trajetória sólida e um olhar sensível para a cultura brasileira, Sérgio Machado reafirma seu protagonismo no audiovisual nacional. A homenagem no Panorama Coisa de Cinema e os novos lançamentos apenas reforçam o lugar que o cineasta baiano ocupa no cenário artístico do país.
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