Gramiro de Matos, ícone da poesia experimental brasileira, morre em Salvador aos 80 anos
Ele também participou do movimento tropicalista nos anos 1970

O poeta baiano Gramiro de Matos, nascido Ramiro Silva Matos Neto, morreu neste sábado (7), em Salvador, aos 80 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. Gramiro deixa três filhos: João Paulo, Carolina e Ramiro Máximo. A trajetória do escritor é marcada por contribuições inovadoras à poesia experimental e à contracultura brasileira.
Apadrinhado por Jorge Amado, Gramiro homenageou o poeta barroco Gregório de Matos ao adotar seu nome artístico. Ele se consolidou como um dos principais representantes da poesia experimental brasileira, imortalizado em obras literárias e homenagens. Entre seus trabalhos mais reconhecidos estão os livros “Urubu-Rei” (1972) e “Os morcegos estão comendo os mamões maduros” (1973).
Produção literária e viagens
Nos anos 1980, Gramiro realizou viagens à Europa e à África, investigando a influência da literatura brasileira em países africanos de língua portuguesa. O estudo resultou na publicação da tese “Influências da literatura brasileira nas literaturas africanas de língua portuguesa” (1996). Em 2016, lançou o romance “A conspiração dos búzios”, escrito décadas antes, em 1976.
Além da dedicação à literatura, Gramiro explorou a numismática, publicando artigos sobre moedas e cédulas. Essa paixão por histórias e objetos refletia seu interesse em compreender culturas e economias por meio de artefatos históricos.
Nascido em Iguaí, no interior da Bahia, em 22 de março de 1944, Gramiro teve uma vida multifacetada antes de se dedicar às letras, passando por ofícios como motorista de caminhão, caixeiro viajante e madeireiro.
Ele também participou do movimento tropicalista nos anos 1970, tornando-se próximo de Torquato Neto e Waly Salomão, com quem compartilhou a efervescência artística no Rio de Janeiro.
Desde os anos 1980, Gramiro residia em Salvador, onde passou os últimos anos longe da agitação, administrando uma pousada e colecionando moedas. A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) lamentou sua morte em nota, destacando suas contribuições literárias e seu apadrinhamento por Jorge Amado, que o considerava uma “nova experiência da linguagem depois de Guimarães Rosa”.
Secult lamenta falecimento
Em nota, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) lamentou a morte do escritor. “Autor dos livros ‘Urubu Rei’ e ‘Os morcegos estão comendo os mamãos maduros’, elogiados pela crítica da época (década de 1970), Gramiro de Matos caiu no esquecimento na década seguinte, apesar de ter sido considerado por Jorge Amado como “a mais nova experiência da linguagem depois de Guimarães Rosa. A SecultBa se solidariza aos familiares e amigos de Gramiro de Matos”, disse a entidade.
Despedida e sepultamento
O velório do poeta foi realizado neste domingo (8) na sala 6 do Cemitério Bosque da Paz, na Avenida Aliomar Baleeiro, no bairro de Nova Brasília, em Salvador. O sepultamento ocorreu às 10h.
Redação
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