ONU diz que doação de países ricos para adaptação climática ‘não é caridade’
Declaração foi dada durante abertura da COP29, no Azerbaijão, nesta segunda-feira
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou, na manhã desta segunda-feira (11), que a doação de recursos de países ricos para que as nações em desenvolvimento façam a adaptação climática “não é caridade”. Na abertura da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada em Baku, no Azerbaijão, o órgão se pronunciou em favor da união das nações para fornecer a transição para fontes de energia de menor impacto ambiental.
“Se países não conseguirem construir resiliência nas cadeias de suprimento, toda a economia global será colocada de joelhos. Nenhum país está imune. Agora é a hora de mostrar que a cooperação global não está em baixa. Está crescendo para este momento. Então, vamos avançar juntos”, afirmou Simon Stiell, secretário-executivo do Clima da ONU.
Ele ainda defendeu que que não basta a concordância dos países pelo financiamento. Com este cenário ambiental, o objetivo é trabalhar duro para mudar o sistema de financiamento global, dando o espaço fiscal que esses locais precisam “desesperadamente”. Além disso, o secretário apontou que a maioria dos paíse não conseguem bancar a redução de emissões de gases do efeito estufa, o que causa um “preço brutal” ao redor do mundo.
A meta estabelecida pelo Brasil, que será representado na reunião pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), foi de reduzir cerca de 67% das emissões de gases até o ano de 2035. Neste aspecto, a discussão da conferência visa chegar a um acordo para que os países em desenvolvimento recebam uma distribuição de verbas de nações ricas, porém sem causar endividamento.
“Vamos dispensar qualquer ideia de que financiamento climático é caridade. Uma ambiciosa nova meta climática é totalmente de interesse de todas as nações, incluindo as maiores e mais ricas”, complementou.
Até o momento, não houve um avanço significativo sobre este tópico. Portanto, alguns aspectos do “Novo Objetivo Coletivo Quantificado sobre Financiamento Climático” (NCQG na sigla em inglês) devem ser determinados. Assim, a secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni, listou as suas sugestões iniciais:
- O valor da doação, já que os estudos apontam a necessidade de US$ 1 trilhão, número dez vezes maior do que o acordado;
- Os aspectos metodológicos para verificar a atividade dos recursos aplicados;
- A lista dos países que terão recursos destinados
- A transparência dos mecanismos de pagamentos;
Inicialmente, o financiamento climático foi definido em um valor de U$ 100 bilhões anuais, segundo plano de 2009. Em 2015, no Acordo de Paris, este projeto foi reforçado, porém, há questionamentos sobre o pouco que foi feito. Por isso, a meta da ONU consiste em viabilizar o mercado internacional de créditos de carbono, como é discutido no artigo 6 do Acordo de Paris.
Simon Stiell ainda se diz otimista sobre as ações que devem conter a crise climática. Segundo ele, “mesmo com o aumento das temperaturas, a implementação dos nossos acordos pode puxá-las para baixo”. “Nosso trabalho é acelerar isso [a transição energética] e garantir que seus elevados benefícios sejam compartilhados com todos os países e pessoas”, afirmou.
COP29
A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas desta segunda não contou com boa parte das lideranças mundiais. Apesar disso, após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, o secretário-executivo da ONU prevê bons resultados das negociações.
“Nos últimos anos, demos importantes passos adiante. Não podemos deixar Baku sem um resultado substancial. Reconhecendo a importância desse momento, as partes devem agir de acordo”, relatou.
Em seu discurso, Stiell ainda complementou que “em tempos difíceis, contra as maiores dificuldades, eu não vou atrás de esperanças e sonhos”. “O que me inspira é a engenhosidade e a determinação humana, a nossa habilidade de ser derrubado e levantar de novo, e de novo, até que atinjamos nossos objetivos”.
Por fim, o secretário da ONU disse que ocasiões como a COP29 são oportunidades de resolver os problemas que aparecem ano após ano. Um deles, talvez um dos principais, seja o combate para reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e criar medidas de proteger o meio ambiente.
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