O subsecretário de Cultura e Turismo, Walter Pinto Jr., disse que o afroturismo é um dos grandes motivos para a atração de turistas à Salvador, reforçando o fato de a cidade ser a mais negra fora do continente africano. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na sexta-feira (1º). A expectativa é a de que esse fluxo aumente principalmente com a chegada do verão.

“O afroturismo colabora com esse processo para que a gente reforce as nossas bases, as nossas identidades, e é uma oportunidade também de negócios. Então, temos observado uma demanda espontânea de alguns guias, querendo se capacitar, querendo entender mais como é que são esses roteiros, captando turistas nacionais e internacionais para promover esses novos roteiros. E aí, hoje, quando estamos nesse ranking de cidades mais procuradas, o afroturismo tem sido um desses pontos destacados, gerando essa demanda espontânea de visitantes que procuram salvador”, afirmou.

O número 2 da pasta municipal disse que a Secult foi responsável por lançar um guia de afroturismo na cidade. Segundo ele, são 11 roteiros e 30 pontos de experiência para os interessados em conhecer a identidade histórica de Salvador.

“A Embratur, inclusive, lançou um documentário que chancela o que é esse afroturismo, para que todas as operadoras de viagens entendam essa narrativa. O afroturismo oportuniza para quem é turista e para quem é daqui, que muitas vezes não conhece a história efetivamente, tenha uma imersão, tenha um turismo de experiência”, ressaltou.

Luta antirracista

Ao citar as medidas que destacam a cultura e o turismo da capital baiana, o subsecretário também falou sobre os avanços da luta antirracista na cidade, a partir das iniciativas da Prefeitura. Para Walter Pinto Jr., mesmo diante dos desafios que cercam o tema, todos da sociedade devem estar envolvidos nesta luta.

“Essa luta antirracista a gente acaba dizendo que é uma luta de todos e a gente tem que estar ciente desse papel. Nós, enquanto poder público, temos que fomentar e dar essas bases educacionais estruturais, e envolver a sociedade para que ela seja protagonista dessa luta antirracista. A gente sabe ainda das dificuldades. Então, por mais avanços que hoje já colhemos do movimento negro, de tudo que a gente hoje já alcança em termos de ações afirmativas, de cotas raciais para concursos públicos, de processos educativos, ainda assim é inegável e a gente percebe que ainda existe o racismo”, pontuou.

De acordo com o subsecretário, a luta antirracista é um papel “individual” e “coletivo”, já que todos precisam fazer a sua parte. Ao Portal M!, com a chegada do Novembro Negro, ele listou iniciativas do Executivo municipal para combater as discriminações raciais.

“Precisamos estar atentos a todas essas discriminações raciais e, sobretudo, saber como atuar para o processo de rompimento e mitigação desse racismo é um papel preponderante. Então, é dizer que esse é um papel individual e também coletivo, e que a gente tem que fazer e transformar essa sociedade para que ela seja mais justa e igualitária”, concluiu.