Possível aliança entre PSD, MDB e UB pode eleger Brito na Câmara e Alcolumbre no Senado, diz deputado
Para Otto Alencar Filho, ruptura entre Elmar e Lyra torna candidatura do correligionário ‘mais competitiva’ na presidência da Câmara
O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) afirmou, nesta terça-feira (17), que a ruptura entre os parlamentares Elmar Nascimento (União Brasil) e Arthur Lira (PP-AL) pode tornar a candidatura do correligionário Antonio Brito (PSD) “mais competitiva” à presidência da Câmara dos Deputados. Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, ele ressaltou que essa reviravolta poderia desencadear numa possível aliança entre o PSD, MDB e União Brasil para a eleição de Brito na Câmara e Davi Alcolumbre (União Brasil) no Senado. No entanto, falta ainda convencer Elmar tirar o time de campo.
“Não posso dizer que é favorito, mas torna a campanha de Antonio Brito mais competitiva. O União Brasil é importantíssimo pra campanha de Antonio Brito. Como é também o MDB a Isnaldo Bulhões. Então, eu acho que agora a campanha de Antonio Brito tem mais chance com o grupo que a gente já tinha, o blocão do PSD e do MDB, junto ao União Brasil e com os partidos de esquerda”, disse.
Conforme o parlamentar, a costura do apoio na Câmara tem relação direta com a eleição do Senado, onde seu pai, senador Otto Alencar, lidera o PSD com 15 senadores.
“Porque o maior partido do Senado é o PSD, que são 15 senadores. E o único cara que tem condição de ir para a eleição e concorrer com Davi Alcolumbre é o senador Otto Alencar, é o único, não tem outro”, explicou Otto Filho, ressaltando que se seu pai garantir apoio a Alcolumbre, viabilizando ao União Brasil a presidência no Senado, o partido de Elmar poderia fechar com o nome que ele indicar para a Câmara, que no caso seria de outro baiano.
“Seria Antonio Britto e a gente poderia fazer uma aliança com os partidos de esquerda na Câmara e no Senado. O senador Otto Alencar e o PT apoiam o Alcolumbre e, em compensação, o PT e o União Brasil apoiam o Antonio Brito. Ouvi diversas [vezes] que poderia, vamos dizer assim, apoiar um outro candidato na Câmara, contanto que o senador Otto Alencar seja o presidente do Senado”.
No entanto, o senador, em recente entrevista ao Portal M!, afirmou que abriria mão da possível candidatura no Senado para ajudar na composição da Câmara. “Meu pai só vai realmente pra uma campanha do Senado se for uma questão de missão, mas ele prefere um acordo pra que Antonio Brito se torne o presidente da Câmara pra facilitar a eleição dos dois [Alcolumbre] nas duas Casas”, pontuou o deputado.
Falta de consenso
Ainda em entrevista ao Portal M!, Otto Alencar Filho disse que, desde o início das movimentações políticas, já suspeitava que o atual presidente da Câmara não conseguiria garantir um candidato de consenso. “Desde o início, eu achava isso, porque ou ele apoiava Elmar Nascimento, que, na minha opinião, era a tendência natural, mesmo não sendo um nome de consenso. Mas na minha cabeça, como ele era muito amigo de Arthur, ele apoiando Elmar, ele teria União Brasil, PP, Republicanos e o PL, que é o maior partido da Câmara, e isso já dava uma base muito grande para ganhar”, afirmou o deputado.
No entanto, ao anunciar como seu escolhido o deputado federal Hugo Motta (PB), líder do Republicanos na Câmara, Lira acabou desencadeando uma ruptura com Elmar, que decidiu buscar novas alianças. “O Elmar fez o que era previsível, rompeu com Arthur e veio pro lado do PSD, do MDB, do próprio governo”.
Para Otto, a força do PSD, que tem uma relação histórica com o PT foi o único partido de centro-direita a apoiar o presidente Lula durante o governo Bolsonaro e, defende agora que o partido ajude nessa costura para que Brito seja eleito na Câmara. “Na eleição aqui do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente Lula, o PSD foi fundamental, pra não dizer que foi realmente a peça que fez a diferença na eleição. E quando o PP saiu, qual foi o partido de direita que ficou em centro-direita? Foi o PSD, que fez a diferença e segurou os pontos. Então, é justo que o PT e os partidos de esquerda nos apoiem ou na Câmara ou no Senado”, pontuou.
Divisão no Centrão e impactos no governo
Com a adesão de Elmar à aliança liderada pelo PSD e MDB, o governo ganha um novo bloco de apoio na Câmara. Essa movimentação enfraquece a base de Lira, que até então controlava boa parte dos partidos de centro-direita, como PP, Republicanos e PL. A candidatura de Antonio Brito também ganha relevância ao oferecer uma alternativa mais alinhada aos interesses do governo federal. Nos bastidores, há a expectativa de que o bloco liderado pelo PSD traga maior estabilidade política para o presidente Lula, especialmente na segunda metade do seu mandato.
Isso porque, tanto Elmar quanto Brito, têm buscado construir um diálogo direto com o PT, inclusive oferecendo a primeira vice-presidência da Casa em troca do apoio da bancada petista. Elmar já vinha costurando sua aproximação com o governo. Recentemente, ele esteve reunido com o presidente Lula no Palácio do Planalto, reforçando sua disposição para promover um “diálogo aberto e transparente, essencial para a construção de uma ampla coalizão que garanta a governabilidade do país”. Ao romper com Lira, resta agora saber se ele toparia desistir da disputa.
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