Lula reage a Trump e promete retaliação: Brasil não vai aceitar tarifa de 10% sem resposta
Presidente reforça soberania e anuncia medidas contra sobretaxas dos EUA

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (3) que o Brasil adotará “todas as medidas cabíveis” para proteger a economia nacional, em resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 10% sobre as exportações brasileiras para o mercado norte-americano. Segundo Lula, as ações serão fundamentadas na lei da reciprocidade econômica, aprovada na última quarta-feira (2) pelo Congresso, e nas diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Lula diz que não aceitará medidas
Em discurso durante evento que marcou 2 anos de sua gestão, Lula destacou que o Brasil não aceitará medidas protecionistas que comprometam sua soberania. “É um país que fala igual para igual e respeita todos os países, dos mais pobres aos mais ricos, mas que exige reciprocidade no tratamento”, iniciou.
“Defendemos o multilateralismo e o livre comércio e responderemos a qualquer tentativa de impor protecionismo, que não cabe mais hoje no mundo”, declarou Lula.
O presidente também enfatizou a independência econômica e política do Brasil.
“Não batemos continência para nenhuma outra bandeira que não seja a verde e amarela”.
Exportadores monitoram impactos das novas tarifas
Setor de carne bovina analisa aumento tributário
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) declarou, nesta quinta-feira (3), que está avaliando os impactos da decisão de Trump sobre a carne bovina brasileira. A tarifa adicional de 10% incide sobre um setor que já enfrenta taxas elevadas nos EUA. “Primeiro vamos entender o anúncio para nos pronunciar”, afirmou a entidade por meio de sua assessoria de imprensa.
Atualmente, a carne bovina brasileira é tributada em 26,4% nos Estados Unidos caso ultrapasse a cota de 65 mil toneladas, volume que é distribuído entre dez países e costuma se esgotar rapidamente. De acordo com a Abiec, em 2023, mais de 70% das exportações de carne para os EUA pagaram essa taxa elevada. Apesar do novo aumento tarifário, a entidade acredita que a parceria comercial entre os dois países possa ser mantida, uma vez que os norte-americanos enfrentam desafios na sua produção pecuária e precisarão importar carne nos próximos dois anos. “E esse parceiro é o Brasil”, destacou a associação.
Tarifas sobre suco de laranja geram incerteza
O setor de sucos também está apreensivo com as novas medidas dos EUA. A Associação Nacional de Sucos Cítricos (Citrus BR) afirmou que ainda está analisando as possíveis consequências para a exportação brasileira. Segundo o diretor executivo da entidade, Ibiapaba Netto, existem dúvidas se a tarifa de 10% será aplicada cumulativamente às taxas já praticadas ou se haverá uma uniformização dos tributos. “Ainda vamos ler a ordem executiva do governo dos EUA para avaliar”, explicou.
Atualmente, o suco de laranja brasileiro paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada ao entrar no mercado norte-americano. Com base nos preços futuros na Bolsa de Nova York, essa taxa pode representar entre 11% e 12% do valor do produto. No entanto, em períodos de preços mais baixos, a tarifa pode chegar a 30% por tonelada.
Apesar das incertezas, os Estados Unidos seguem como um dos principais mercados para o suco de laranja brasileiro. Em 2024, o Brasil exportou 1,346 milhão de toneladas de sucos para os EUA, um leve crescimento em relação ao ano anterior, quando foram enviadas 1,34 milhão de toneladas. O faturamento também aumentou: US$ 1,193 bilhão em 2024, um salto de 27% na comparação com 2023, quando as exportações renderam US$ 930 milhões.
Desdobramentos e possíveis respostas do Brasil
A decisão do governo dos EUA de aumentar as tarifas pode desencadear reações por parte do governo brasileiro, que já busca formas de mitigar os impactos sobre os setores afetados. Entre as alternativas estudadas estão a renegociação de cotas de exportação e a ampliação de acordos comerciais com outros mercados para reduzir a dependência do mercado norte-americano.
Para os exportadores brasileiros, a tensão permanece. Enquanto o governo avalia estratégias de resposta, o setor produtivo segue monitorando os desdobramentos das tarifas e suas consequências para a competitividade do Brasil no cenário internacional.
Redação
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