O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta segunda-feira (22), que realizará bloqueios no orçamento sempre que necessário, reforçando seu compromisso com a responsabilidade fiscal. As informações são do G1.

Em meio às dificuldades para equilibrar as contas públicas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento de 2024.

Durante uma entrevista no Palácio da Alvorada concedida a agências internacionais como Reuters, Bloomberg, France Presse e Associated Press, Lula enfatizou que essas medidas de corte não são inéditas e são essenciais para garantir a estabilidade econômica.

“A gente só pode gastar aquilo que a gente ganha, se a gente gastar mais do que a gente ganha, a gente vai quebrar”, ressaltou o presidente.

“O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora, você pode não precisar cortar daqui a dois meses, depende da arrecadação”, prosseguiu Lula.

Lula também abordou a pressão para ajustar os gastos, enfatizando sua oposição a cortes que impactem programas sociais.

Presidente do BC

O presidente aproveitou para criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmando que sempre foi contrário à autonomia da instituição.

“Como pode um rapaz que se diz autônomo, presidente do Banco Central, estar incomodado com o fato do povo mais humilde estar ganhando aumento de salário?”, questionou Lula, comparando Campos Neto com seu antecessor, Henrique Meirelles.

O presidente argumentou que a manutenção da Selic em 10,5% ao ano pelo Banco Central é desnecessária e prejudicial ao crescimento econômico do país, tornando mais caro o financiamento no sistema financeiro. Embora desde 2021 o BC tenha autonomia, Lula expressou sua esperança de indicar um sucessor que seja tecnicamente competente, politicamente honesto e ganhe respeito pela sua conduta.

A entrevista, que durou mais de uma hora e meia, ainda não teve sua gravação oficial divulgada pelo governo.

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