Defesa de Daniel Silveira contesta nova prisão determinada por Moraes
Advogados alegam que descumprimento da ordem foi devido à emergência médica e pedem reconsideração da prisão

A defesa do ex-deputado federal Daniel Silveira voltou a questionar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão do político quatro dias após ele ser beneficiado com a liberdade condicional. Os advogados argumentam que o ex-parlamentar não descumpriu a ordem judicial de forma intencional, mas sim por conta de uma emergência médica, alegando que sofreu uma crise renal aguda e foi necessário buscar atendimento no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis (RJ), no último sábado (21).
Solicitação de reconsideração
No pedido feito pelos advogados de Silveira, apresentado nesta última quarta-feira (25), em embargos de declaração, a defesa afirma que não houve “dolo” no descumprimento da ordem de recolhimento e que a prioridade foi garantir o atendimento médico do ex-deputado.”Não houve dolo em descumprir absolutamente nada, mas tão somente garantir atendimento médico hospitalar ao paciente, que sofre de crises renais”, destacaram os advogados.
A defesa detalha ainda que, após a alta médica, Silveira deixou o hospital às 0h44, mas permaneceu no Condomínio Granja Santa Lúcia por cerca de uma hora antes de retornar à sua residência, às 2h10. De acordo com os advogados, o local é o endereço de sua esposa, que o acompanhou ao hospital, e isso justificaria a permanência de Silveira no condomínio antes e depois do atendimento.
Decisão de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, entendeu que o deslocamento de Daniel Silveira não foi adequadamente justificado. Moraes apontou que o ex-deputado esteve em outros locais antes e depois de ir ao hospital e questionou a versão apresentada pela defesa. Em sua decisão, Moraes destacou que Silveira violou repetidamente as condições de sua liberdade condicional e acusou o ex-deputado de “total desrespeito ao poder judiciário e à legislação brasileira”.
A decisão que determinou a prisão de Silveira ocorreu após a audiência de custódia realizada na última terça-feira (24), quando o ministro também observou que o ex-deputado descumpriu as condições estabelecidas logo no primeiro dia de sua liberdade condicional, retornando à sua residência fora do horário determinado.
Reação da defesa e alegações de abuso de poder
A defesa de Silveira classificou a decisão de Moraes como “desproporcional, arbitrária e ilegal”. Os advogados alegam que o ministro não respeitou o devido processo legal nem as garantias constitucionais de ampla defesa e alegam que a prisão de Silveira é uma violação do direito à saúde do ex-deputado.
Em uma nota oficial, a defesa solicitou ainda a criação de um canal direto para situações emergenciais, de forma a garantir que, caso Silveira precise de atendimento médico, possa acionar a Justiça de maneira rápida e eficaz. “Seja disponibilizado à defesa, um número direto […] para […] correr ao hospital, se ainda estiver vivo”.
Além disso, os advogados de Silveira afirmaram que recorrerão às instâncias nacional e internacional para denunciar o que consideram uma perseguição política. A defesa afirmou que o ex-deputado foi condenado injustamente e que a prisão tem motivação política, o que, segundo eles, fere seus direitos fundamentais.
Condenação e consequências da prisão
Daniel Silveira foi condenado em abril de 2022 a 8 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. Desde outubro deste ano, ele estava cumprindo pena em regime semiaberto com restrições, quando foi concedida a liberdade condicional. No entanto, a decisão de Moraes de revogar ocorreu apenas quatro dias após o benefício ser concedido, o que gerou críticas por parte de sua defesa.
O ex-deputado, que já havia sido condenado anteriormente, teve a sua liberdade revogada por desrespeitar as condições estabelecidas, como a saída fora do horário combinado e a falta de justificativa adequada para o descumprimento das ordens judiciais.
Transferência para regime fechado
Após a decisão de Moraes, Daniel Silveira foi transferido para a penitenciária Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro, onde cumprirá o restante de sua pena em regime fechado. A medida intensifica as restrições impostas a Silveira, que já enfrentava limitações severas em sua liberdade, e reflete a tensão contínua entre o ex-deputado e as autoridades judiciais.
Desdobramentos e perspectivas
A defesa de Daniel Silveira ainda aguarda uma resposta do STF quanto ao pedido de reconsideração da prisão. O caso segue gerando grande repercussão, com questionamentos sobre a motivação e a legalidade das decisões que envolvem o ex-deputado. A defesa promete continuar buscando alternativas legais para reverter a prisão de Silveira e questiona a atuação das autoridades judiciais no processo.
O cenário continua a se desenrolar, com a possibilidade de novos recursos e medidas judiciais sendo adotadas, e o caso de Daniel Silveira permanece sendo monitorado de perto por políticos, juristas e defensores dos direitos humanos, que acompanham de perto as implicações jurídicas e políticas dessa prisão.
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